Entre a difícil escolha de continuar a ser uma marca premium ou entrar em um segmento mais “popular”, porém em franco crescimento no mundo, a Harley-Davidson se deixou levar pelos princípios do capitalismo e lançou a linha Street, composta pela 500 e pela 750. Esta deve chegar ao Brasil até o fim do ano por um pouco mais que os US$ 7.499 (cerca de R$ 22 mil) cobrados nos EUA.
Em uma breve avaliação pelas ruas planas e bem asfaltadas de Miami, nos Estados Unidos, a 750 mostrou que pode incomodar rivais japonesas, como a Shadow 750. Mas também deu sinais claros de que foi mesmo pensada e construída para mercados emergentes.
A prova disso está no acabamento, que é sempre impecável nos modelos da marca, mas na da 750 deixa a desejar. Há soldas à mostra, fios encapados no limite e materiais com aspecto de pior qualidade, em um conjunto que acaba chamando atenção pela aura que o logotipo da fabricante colado no tanque entrega.
Se no visual a Street 750 não é uma Harley “pura”, no motor fixado ao quadro ela reverte o jogo. O propulsor Revolution-X é uma derivação do de 1.247 cm3 usado pela V-Rod e desenvolvido em parceria com a alemã Porsche.
Refrigerado a água e com baixa vibração para um V2, deixa a 750 mais dócil de ser usada no trânsito que suas “irmãs” maiores. Isso é muito útil em cidades como São Paulo. O desempenho é bom. Com 58 cv a 7.955 rpm e 6 mkgf a 3.790 rpm, a moto conta com força de sobra em baixa rotação e mantém esse nível mesmo em retomadas a 5 mil rpm.
O câmbio de seis marchas também é bem ajustado às faixas de potência e torque da 750 e a mantém esperta. O único senão é o ajuste de liberação da primeira marcha, muito alto, o que exige um bom tempo de adaptação para que o piloto não deixe o motor morrer sempre que for arrancar. Os freios são muito eficientes, mesmo sem ABS (nem como opcional).
Já a posição de pilotagem está longe de ser um sonho. Os pedais altos faz com que as pernas fiquem muito dobradas. O guidom exige que os braços estejam muito esticados e o assento fino causa cansaço em viagens mais longas. O lado positivo é a posição do painel, que não requer que o piloto abaixe muito a cabeça para checar as informações.
Lanternas de LEDs, central eletrônica atualizada, radiador compacto, painel com hodômetro digital e rodas e escapamento pretos foscos fecham o pacote da Street 750.
VIAGEM FEITA A CONVITE DA HARLEY-DAVIDSON