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Nova Ducati Diavel 1260S mantém esportividade, mas agora com controle
Avaliação

Nova Ducati Diavel 1260S mantém esportividade, mas agora com controle

Segunda geração da Ducati Diavel 1260 chega ao País por R$ 94.900 na versão S e está melhor graças a eletrônica

José Antonio Leme

30 de nov, 2019 · 8 minutos de leitura.

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DUCATI DIAVEL 1260S
Crédito:MARIO VILLAESCUSA/DUCATI

A Ducati é reconhecida por ter “aquela pimenta” extra em qualquer de suas motos. Quando mostrou a primeira geração da Diavel, em 2011, a marca já fez um barulho e tanto por mostrar um modelo de conceito diferenciado, fora dos padrões da marca, mas ainda com uma tocada esportiva.

Ela caiu no gosto do público, se transformou em uma família com a chegada da XDiavel – mais custom – e agora chega a sua segunda geração. Entre as principais mudanças estão a adoção de um novo motor, o 1260 – o mesmo da Multistrada e mais eletrônica. Montada em Manaus, desembarca na versão única 1260S por R$ 94.900.

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MARIO VILLAESCUSA/DUCATI

Da antiga geração poucas peças restaram: guidão, para-lama dianteiro, suporte de placa e a alça de apoio do garupa, que tem um método bem complicado de abrir ou fechar. É preciso tirar o banco com a chave e puxar uma alavanca para liberar a peça.

No visual, a Ducati manteve o padrão “moto bombada”, mas com mais refino. A aparência é de que a primeira geração era o rascunho, enquanto a nova Diavel é a arte finalizada. O aspecto muscular foi mantido, mas mais refinado, inclusive as entradas de ar na dianteira, nas laterais do tanque.

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MARIO VILLAESCUSA/DUCATI

O banco usa revestimento de alcantara, para garantir mais grip que o couro convencional para quem pilota e também o garupa. O acabamento das peças plásticas é de qualidade e abusa também da genialidade do design italiano para dar toques de arte em detalhes como o botão de partida.



Os comandos da Diavel estão localizados ao alcance das mãos e não é preciso muito para se entender e encontrar cada função da moto. É intuitivo. O maior senão do modelo é o painel de instrumentos. Apesar de ser funcional e completo com a tela de TFT colorido, sob o sol do Brasil por causa da inclinação fica impraticável enxergar as informações. Então uma pequena cobertura ou uma inclinação maior seria adequada para melhorar a visibilidade.


A Diavel 1260S, que é a versão de topo, traz itens que a versão de entrada (não oferecida no Brasil) não contempla. As suspensões dianteira e traseira são Ohlins 100% ajustáveis, as rodas são usinadas e as pinças de freio são da grife Brembo da série M50, a versão mais topo do freio.

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MARIO VILLAESCUSA/DUCATI

Ela traz ainda, o quickshift Up and Down, que permite trocar as marchas sem acionar o manete de embreagem para subir e descer marchas, LEDs diurnos e interface para integração a smartphone. De série tem ainda chave presencial e luzes de LEDs no farol e lanterna.


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MARIO VILLAESCUSA/DUCATI

Diavel: Motor novo e mais eletrônica

O novo motor da Diavel 1260 é um dois cilindros em L de 1.262 cm³. Ele entrega 162 cv a 9.500 rpm e 13,1 mkgf a 7.500 rpm. A grande inovação desse propulsor foi a adoção do sistema de abertura de válvulas variável da Ducati, o DVT.

O antigo comportamento, mais “cabeçudo”, onde a resposta ao acelerador era “8 ou 80”, sem um meio termo, foi mitigado. Agora é possível controlar a resposta linear do acelerador, entregando exatamente quando se deseja.


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MARIO VILLAESCUSA/DUCATI

Mas o principal dessa mudança está na baixa velocidade, situação em esse comportamento agressivo sem rédeas do motor ficava mais latente. Agora, no uso urbano é possível trabalhar com linearidade, já que a resposta ficou equilibrada.

São três modos de condução: Urban, Touring e Sport, que alteram não só a entrega de potência, mas também os níveis de intervenção da eletrônica robusta: controle de tração, controle de wheeling (evita que a moto empine) e intervenção do ABS. Mais refinada, essa eletrônica também ajudou a deixar a Diavel mais “palatável” a diversos gostos.


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MARIO VILLAESCUSA/DUCATI

A ciclística também melhorou. A posição de guiar continua confortável. O banco centralizado e baixo com o guidão levemente recuado casa com as pedaleiras posicionadas mais atrás, ao estilo de motos naked. O banco é largo para piloto e garupa.

Com seus 244 kg de ordem de marcha, a Diavel 1260S parece lenta e pesada, mas é o oposto. O modelo é fácil de fazer curvas, inclina como uma esportiva e faz mudanças de trajetória com rapidez. Comparando com a irmã, a XDiavel, que tem pedaleiras avançadas e guidão mais largo, a Diavel 1260S é uma opção melhor para viagens pela posição mais confortável.


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DUCATI

 

PRÓS E CONTRAS – DUCATI DIAVEL 1260S

PRÓS – ELETRÔNICA


A eletrônica mais robusta ajudou a nova Diavel a ter uma resposta mais gradual em todas os modos de condução, sem matar a esportividade do modelo.

CONTRA – PAINEL

O painel colorido de TFT é bem completo e bem diagramado, mas a visualização das informações fica prejudicada porque a luz do sol bate e fica impossível de ler qualquer


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.