As motos da Honda são conhecidas por serem como a “Amélia” da canção criada por Ataulfo Alves e Mário Lago. Há até uma certa vaidade nelas, é verdade, mas são dóceis. Mesmo na primeira vez, basta segurar o guidom, girar a chave e acelerar, que é como se você fosse dono da motocicleta há décadas. Tabelada a R$ 32.077, a japonesa CTX 700 não foge a essa regra, mas está mais para uma “Amélia” praticante de Crossfit.
Anabolizada, musculosa e com visual instigante, a moto recém-lançada no País é praticamente uma releitura do conceito custom e agrada pela posição de pilotagem bem encaixada. Em viagens longas, o piloto precisa prestar atenção para não curvar muito as costas e chegar ao destino com uma baita dor no corpo. Mas, fora isso, o assento é muito confortável, a distância do guidom é correta e as pedaleiras dão um bom apoio à montada.
Outra característica interessante herdada pela CTX das custom tradicionais é o bom torque disponível em qualquer faixa de giro. Seu motor bicilíndrico arrefecido a líquido de 670 cm3 dá boa disposição para a moto na estrada e a deixa muito ágil no uso urbano. Há excelente transição de força da segunda para a terceira marcha, aos 3.500 giros, mantendo a terceira e quarta longas. Mais que isso os radares da cidade não permitem.
O câmbio de seis velocidades prioriza as esticadas para ganhar velocidade, mas, como tem trocas suaves, não cansa ao ser exigido na cidade.
E como a moto pesa 209 kg, exibe uma ciclística leve apesar do aparente corpanzil. Com a CTX 700, basta angular o braço na curva e deitar que ela vai até raspar a pedaleira sem “traseirar” e com pouca vibração. A sensação de segurança é grande.
O único incômodo surge em altas velocidades. Com o braço esticado, o piloto funciona como uma vela de barco ao sabor do vento e sofre com os golpes das pancadas no peito.
FICHA TÉCNICA
Preço sugerido: R$ 32.077
Motor: 670 cm³, 2 cil.
Potência (cv): 47,6 a 6.250 rpm
Torque (mkgf): 6,12 a 4.750 rpm
Peso: 209 quilos