A Yamaha apostou em uma estratégia ousada com o scooter NMax 160. Ao invés de fazer uma reestilização de meio de vida no scooter de entrada, a marca japonesa foi direto para a segunda geração. Ela custa R$ 14.990, R$ 1.200 a mais que a geração anterior, e está disponível nas cores branca, azul e preta.
E não é uma questão de atraso de produto, não. Ele não teve reestilização aqui e nem nos mercados asiáticos onde é vendido. Foi uma aposta alta no scooter montado em Manaus (AM), mas que deve valer a pena.
A nova geração chega às lojas na segunda quinzena de dezembro em meio a retomada do mercado ainda em um cenário de pandemia de coronavírus. O trunfo do modelo é que muitas pessoas estão buscando se locomover de uma maneira que não seja de transporte público.
Terceiro scooter mais vendido do País na primeira geração, o NMax 160 mudou por fora e por dentro. Chassi, motor, suspensão, visual, tudo foi alterado e o que era uma qualidade foi mantido. Agora precisa convencer o consumidor das suas novidades e melhorias.
O visual é todo novo e há novos faróis e lanternas. O novo design transformou o NMax em um mini XMax, que é o irmão de 250 cm³. Os faróis e lanterna de LEDs têm novos formatos. As setas agora tem sistema de pisca de emergência.
Ficou mais futurista em termos gerais e tem um pouco mais de proteção aerodinâmica, já que o para-brisa aumentou. O lado negativo aqui é que durante o dia as novas lanternas quase não parecem estar ligadas e só projetam bem a luz na hora da frenagem.
Equipamentos
O painel de instrumentos também é novo e mais completo e com melhor visualização. Sai o painel digital redondo e entra um retangular; com melhor visualização dos dados. Outra novidade aqui é o comando das funções. Antes eram dois botões no próprio painel, agora há um botão no punho esquerdo, como um lampejador. Isso facilita o ato, porque antes o piloto precisava se inclinar sobre o painel e tirar uma das mãos do guidão.
De série agora há também chave presencial com partida por botão e função start&stop inteligente e que pode ser desativada, se o condutor desejar. Inteligente porque o sistema pode antecipar ou atrasar o desligamento do motor caso perceba, por exemplo um anda e para curto; como é o caso de trafegar no corredor.
O NMax ganhou ainda uma entrada 12 volts no lado esquerdo do escudo, no porta-objetos. O pênalti aqui é que, diferente do porta-objetos do lado direito ele não tem tampa, o que deixa, por exemplo, um smartphone vulnerável enquanto carrega no trânsito. Além do que uma entrada USB seria mais prática.
Novo chassi
O chassi é completamente novo do NMax 160; novo formato, menos soldas e tubos com diâmetros maiores. Isso para poder mitigar uma questão “problemática” para um scooter: a suspensão era muito dura. Para uso exclusivo na cidade e sem qualquer foco em esportividade, ele precisava ser mais confortável.
Então, além de recalibrar as suspensões, a Yamaha alterou a posição de fixação da suspensão traseira. No rodar, foi possível perceber que está melhor que o antecessor, mas ainda mais duro que a concorrência.
Para o Brasil, mesmo em grandes centros como SP onde o piso não é um “tapete”, o ajuste poderia ser ainda mais satisfatório. Todavia é preciso reconhecer a melhoria. No teste, rodando em diversos tipos de piso, de asfalto bom, passando por remendado e paralelepípedos, foi possível notar a melhora.
Dimensões
Com o novo chassi, o NMax 160 melhorou também o espaço para os pés nas plataformas, que eram estreitas. O banco é novo, tanto em formato quanto em densidade de espuma e para o uso urbano e pequenos trechos rodoviários, vai bem.
Sob o banco, o espaço foi praticamente mantido. São 23,3 litros. Essa capacidade é suficiente para guardar um capacete integral e mais alguns itens pequenos. O porém aqui é que o capacete precisa ser colocado de ponta cabeça e ele fica em contato direto com o plástico duro, sem qualquer revestimento para evitar danos à pintura.
Se o espaço de carga foi mantido, o de combustível cresceu. São 7,1 litros agora, isso representa 0,5 litro a mais na capacidade do tanque. Possível também graças ao novo chassi. Pode parecer pouco, mas em um scooter que é possível fazer até 40 km/l em ciclo urbano, isso são 20 km a mais de autonomia.
Motor
Escondido, o motor pode parecer o mesmo, mas segundo a Yamaha é completamente novo. Bloco, bielas, pistões e cilindros são novos. O bloco foi alterado por causa dos novos pontos de fixação da suspensão, que vão no motor.
Agora com níveis de emissões Euro 5, teve pequenas alterações em potência e torque, mas nada que desabone ou faça falta. Na verdade, o item mais importante foi mantido, que é o comando variável de válvulas.
O motor um cilindro de 155 cm³ agora entrega 15,4 cv contra 15,1 cv do antigo; sempre a 8 mil rpm. O torque passou de 1,5 a 6.000 rpm para 1,4 mkgf a 6.500 rpm.
Apesar disso, nas arrancadas o NMax continua muito ágil. Como o torque máximo chega mais tarde agora, a Yamaha fez ajuste no câmbio automático CVT, alterando o tamanho das polias para respostas mais ágeis entre médias e altas rotações.
Em ciclo urbano ele se movimenta muito bem e na estrada sobra mesmo com um piloto alto e com quase 100 kg. Apesar de não ser seu habitat natural, manter os 100 km/h em pequenos deslocamentos rodoviários não é algo difícil para o NMax 160.
O sistema de freio continua outro ponto alto do NMax. Equipado com sistema ABS desde a geração anterior, tem discos simples de 230 mm na frente e atrás. O funcionamento é progressivo, mas se o condutor exigir com força, o sistema responde agressivamente.