Quando mostrou a nova Super Duke 1290 R, a KTM informou que queria que a moto parecesse assustadora. Mas a marca conseguiu mais do que isso. A naked não apenas parece: ela é. A Super Duke é uma “besta” que impressiona até quem está acostumado com modelos poderosos. E na hora de levar uma para casa, o susto permanece: são R$ 91 mil, ou quase R$ 20 mil a mais que as rivais.
Poucas motos são como a Super Duke em termos de desempenho. Além de o motor V-Twin de 1.301 cm3 com refrigeração líquida entregar 179 cv, os 14,3 mkgf de torque estão disponíveis às 7 mil rpm, rotação baixa no caso de motores de motos. É “dar mão” e passar as marchas pelo rápido quick-shift (não é preciso acionar a embreagem) para chegar aos 200 km/h num piscar de olhos.
Mas é bom não piscar muito, porque, apesar dos controles eletrônicos modernos e variados, como controle de tração sensível ao ângulo de inclinação, a KTM empina se o piloto exagerar na acelerada e sai de traseira se a retomada no fim de curva for agressiva.
Em relação à anterior, a nova Super Duke 1290 R tem 5 cv a mais e traz atualizações na câmara de combustão para distribuir melhor o fluxo de gases, aprimorando a eficiência energética e o desempenho. Tanto que, além de andar mais, a moto ficou mais econômica, segundo dados da KTM.
A suspensão traseira está mais dura, o que é bom para pista e ruim para quem anda nas ruas. Durante a avaliação, a lombar “reclamou” ao passar por um trecho de paralelepípedos. A posição de pilotagem está mais inclinada, com o guidom 5 mm mais baixo e 18,5 mm à frente. Em números pode parecer pouco, mas em uma naked isso faz diferença na hora de acelerar e pegar vento no peito e pescoço.
Há três modos de condução: Sport, Street e Rain (chuva). O Track (pista) é um opcional que permite mudar parâmetros de controle de largada e sistema anti-empinamento e a dosagem das respostas do acelerador.
No visual, a Super Duke 2017 traz uma espécie de máscara no farol, que virou marca registrada da KTM. Isso deixa o aspecto bem agressivo e se une ao tanque largo e à rabeta praticamente sem carenagem e bem elevada, exibindo apenas a treliça da estrutura.
O painel agora é de TFT colorido. Fácil de visualizar mesmo durante o dia, sob o sol, pode ser personalizado para exibir funções mais complexas ou só o básico, como conta-giros, velocidade em destaque e indicação da marcha engatada.
PRÓS
Desempenho: Naked acelera muito, com agressividade, e tem ótimo torque em qualquer faixa de rotação do motor.
CONTRAS
Preço: V2 tem cilindrada maior que motores das rivais, mas a KTM cobra por isso. A tabela é quase R$ 20 mil mais alta.
FICHA TÉCNICA
Motor: 1.301 cm³, V2, gasolina
Potência (cv): 179 a 9.750 rpm
Torque (mkgf): 14,3 a 7.000 rpm
Câmbio: Seis marchas
Tanque: 18 litros