Estilo é um atributo que a Triumph Bobber tem de sobra. O modelo de visual retrô da marca inglesa é montado em Manaus e custa R$ 49.990. De série, há freios ABS, controle de tração e dois modos de pilotagem (estrada e chuva), que mudam as respostas do acelerador.
Bobber é o nome de um estilo de motos que surgiu nos anos 50 nos EUA. A moda era depenar modelos custom para reduzir seu peso, como ocorria com as Cafe Racer na Inglaterra. A diferença é que, nas Bobber, o assento é único e mais baixo e o guidom, largo.
Essas características foram mantidas na leitura moderna da Triumph, que também ganhou detalhes como espelhos nas extremidades do guidom.
O estilo minimalista é marcado pela ausência de cromados e o painel simples, com um único mostrador analógico. Dentro do quadro de instrumentos há uma pequena tela digital, que pode exibir diferentes informações a partir de um menu predefinido.
FUNÇÃO É LUXO
Na ergonomia, a Triumph optou pela forma em detrimento da função. Tanto que não há banco para garupa nem como acessório nas concessionárias.
A Bobber é uma moto boa para desfilar, já que chama muito a atenção, mas a posição de guiar cansa mesmo em trechos curtos. As pernas ficam flexionadas a 90°, as pedaleiras são elevadas e os braços ficam muito abertos e lançados para a frente, causando esforço concentrado na coluna.
As costas também reclamam das suspensões de curso curto (90 mm na frente e 76,9 mm atrás), que transferem ao piloto os impactos dos pneus no piso. O ângulo de esterço reduzido e os 2,23 metros de comprimento dificultam manobras em baixa velocidade.
Apesar disso, como são altas, as pedaleiras não raspam no chão em curvas. Com isso, dá para deitar bem a moto.
O ponto positivo da Bobber é o motor, que parece ser até exagerado para uma moto sem ciclística esportiva. O bicilíndrico de 1.200 cm³ rende 77 cv e 10,8 mkgf às 4 mil rpm. O câmbio de seis marchas tem engates fáceis, mas imprecisos.
Como o torque máximo chega cedo, a Bobber é boa para acelerar forte e rápido, mais do que se pode esperar desse estilo de moto. Desligar o controle de tração garante, além do sorriso no rosto, uma marca de borracha no asfalto.
Os freios a disco simples, com 310 mm de diâmetro na dianteira e 255 mm na traseira, proporcionam boa capacidade de frenagem.