Para começo de conversa, a Ultra Limited tem 397 quilos (peso seco) e 2,6 metros de comprimento. Só para tirá-la do descanso lateral e posicioná-la em linha reta para acelerar é preciso fazer uma força danada. Na hora de parar é a mesma coisa. Basta um descuido ao inclinar a moto e o tombo é certo.

Mas aí chega a hora de acelerar e… tarã… Como em um passe de mágica, a grandalhona vira uma seda. O novo motor de 1.690 cm³, com arrefecimento duplo – a água e óleo – e torque de 14,3 mkgf a 3.750 rpm, mostra boa dose de força desde o início da aceleração e não vibra muito, mesmo tendo dois “canecos” enormes.

Aliás, mais suavidade no trabalho do V2 foi uma das exigências apontadas por proprietários e concessionários na pesquisa para o Projeto Rushmore, que a marca fez no ano passado. Os outros frutos dessa empreitada oferecidos no País são a Road King, a R$ 62.900, a Street Glide, por R$ 69.900, e a CVO Limited, topo de linha da marca e tabelada a R$ 139.900.

A condução também foi suavizada. A Harley colocou garfos mais robustos e com nova calibragem para facilitar as manobras, inclusive com a motocicleta parada.

Com isso, aquela história de que os modelos da marca são ruins de curva desaparece com a Ultra Limited. Nas fechadas, é só deitar para a moto seguir a trajetória com conforto e leveza até a pedaleira tocar o chão.

O novo acionamento hidráulico do câmbio ajuda na hora de buscar aceleração, mas é ruim quando o objetivo é encontrar a posição “neutro”, pois o escalonamento é curto demais.

No quesito entretenimento, a Harley melhorou o sistema de som, que agora tem 25 watts e distorção de 1% (antes eram 25%) e entrada USB. Há ainda tela colorida de 6,5” sensível ao toque, navegador GPS e sistema de reconhecimento de voz.