As Vespas têm ferrões muito poderosos, com um veneno capaz de gerar dor por dias. Mas há algumas que só destilam charme e simpatia, como essas italianas feitas de metal chamadas pela Piaggio de Primavera 125 e 150. O modelo, um dos mais tradicionais da marca, traz a essência do estilo da primeira Vespa, de 1946, concebida por Corradino D’Ascanio, e acrecenta tecnologias modernas como injeção eletrônica e sensor de inclinação.
Vendidas por R$22.890 com motor de 125 cm³ e R$ 27.930 com o de 150 cm³, ambos injetados, elas têm o visual similar e se distinguem apenas pela potência maior dos motores, de 10,7 cv a 7.700 rpm e 12,9 cv a 7.750 rpm respectivamente. Em movimento, esses praticamente dois cavalos a mais são sentidos, principalmente, nas arrancadas e subidas. No uso normal em linha reta a sensação é quase a mesma.
Apesar de não ser leve para o seu tamanho, com 110 kg a seco, a moto se transforma em uma pluma em movimento, mostrando uma ótima capacidade de mudar de trajetória em segurança, algo primordial para o uso urbano. O modelo chega tranquilo aos 60 km/h aos 5 mil giros, mas depois disso começa a sofrer um pouco até chegar aos 80 km/h, seu limite de uso sem muita vibração. O acelerador é sensível, o que ajuda no controle da velocidade, e os freios com ABS são muito bons.
Com rodas de 11 polegadas, a Primavera não promete um boa capacidade de absorver os impactos dos buracos das ruas. O local escolhido pela Piaggio para a avaliação do modelo, uma lisa pista de corrida, não permitiu que esse item fosse medido. Mas se não deve ser bom para a buraqueira, ele é para manobras. Baixinha, com 78 cm de altura do assento, e compacta, com 1,86 de comprimento, a Vespa arrasa no “slalom” e é muito fácil de estacionar.