Para os jornalistas que cobrem esportes, a Copa do Mundo ocorre de quatro em quatro anos e as Olimpíadas também, o que dá um evento importante a cada dois anos. Para os jornalistas automotivos brasileiros, o período de êxtase é o mesmo, dois anos, mas a nossa "Copa do Mundo" se chama Salão do Automóvel.
Claro, há muitos salões pelo mundo e eu tenho muito orgulho em ter ido aos mais importantes. A sequência geralmente é Detroit em janeiro, Genebra em março, Xangai ou Pequim em abril, Paris ou Frankfurt em setembro ou outubro e Los Angeles em novembro. Existem outros, como o de Nova Iorque e de Buenos Aires, que também já fui, mas não ganham tanto destaque assim da mídia mundial.
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Os dias de imprensa são os dois antes da abertura. No caso do de São Paulo, amanhã e quarta. O público começa a entrar na quinta. A rotina segue assim: a sala de imprensa não é grande, então os jornalistas chegam cedo, uma hora antes de abrir (leia-se 7h) para garantir um lugar para colocar o laptop. Feito isso, eles seguem para as coletivas de cada marca. Elas ocorrem de meia em meia hora, aproximadamente, com explicações técnicas, do ponto de vista de marketing e outros atributos dos produtos exbidos.
A "briga" é intensa para fazer a melhor foto ou colar nos executivos para conseguir alguma informação exclusiva. Alguns veículos, como o Jornal do Carro, que possuem edição impressa e internet, precisam de uma cobertura mais ampla. Muitas vezes, dependendo da data do fechamento da edição do jornal, precisamos da colaboração das montadoras para enviar os materiais antecipados, todos com embargo, para a edição impressa sair o mais "quente" possível.
Muitas tarefas no Salão do Automóvel
Com o celular na mão, os repórteres hoje fazem muitas coisas ao mesmo tempo. Digitam as informações para enviar para quem está compilando os dados, sobem fotos no feed e nos stories do Instagram, publicam os links com as novidades no Facebook e ainda fazem vídeos para o Youtube e Lives no Facebook também. No casso do JC, todo este nível de informação estará disponível.
No meio desta correria, há ainda idas ao banheiro, fome, pés doendo de tanto andar, bateria do celular acabando e olhadas seguidas na concorrência para ver se não perdeu nada. Não é nada fácil cobrir um salão do automóvel. Mas se fosse fácil, não teria graça.
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