Há uma guerra velada no Brasil, em especial em São Paulo, que é a dos motoristas de carros com os motociclistas. Eu fico muito tranquilo para falar sobre isso porque sou os dois e a situação está ficando insustentável. No mundo das quatro rodas, as pessoas não dão mais seta, vão trocando de faixa tentando ganhar segundos que não farão a menor diferença no fim do trajeto.
Já no mundo das motos, o que é ainda mais grave, é que "alguém" decretou que os motociclistas não podem frear nunca. Não podem perder um segundo sequer. Com isso, quem está no guidon não admite mudança de faixas dos carros, veículos parados no corredor tentando entrar em alguma alça de acesso e coisas similares do cotidiano do trânsito.
Sempre há discussão, buzinadas infernais, a tradicional balançada de cabeça seguida do gesto com a mão para chegar para lá e, em casos mais graves, o irracional chute no retrovisor. Se cada motociclista que para para reclamar apenas freasse, mudasse para outra faixa e seguisse, o tempo de viagem seria o mesmo que o com a reclamação. Reclamar leva à mesma desaceleração de frear.
Usados bons para comprar com até R$ 40 mil
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HYUNDAI HB20 PREMIUM AT 15/15 - R$ 38.500
A versão de topo do HB20 é bem equipadinha, com ar-condicionado automático, central multimídia e bancos de couro. O motor é um valente 1.6 de 128 cv acoplado a um câmbio automático de seis marchas.
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PEUGEOT 208 1.2 ACTIVE 17/18 - R$ 38 MIL
O 208 com motor 1.2 pode não ser um arroubo de desempenho, mas é muito econômico e gostoso de dirigir na cidade. Além disso, o hatch é estiloso, confortável e bem acabado.
3/10
CHEVROLET PRISMA LTZ 1.4 AT 14/15 - R$ 40 MIL
O Prisma é o sedã compacto mais vendido do País. Unidades mais antigas, mas da versão de topo com câmbio automático, já podem ser encontradas abaixo dos R$ 40 mil. Vale pesquisar os menos rodados e com histórico de manutenção em dia.
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VOLKSWAGEN JETTA 2.0 11/11 - R$ 38 MIL
Quem quiser rodar de sedã médio já consegue comprar um Jetta 2011 por menos de R$ 40 mil. O motor 2.0 é antigo, mas é valente e consegue dar desempenho satisfatório ao modelo. O espaço interno é amplo e o porta-malas é cavernoso, com mais de 500 litros.
5/10
FORD FIESTA TITANIUM MANUAL 13/14 - R$ 38 MIL
O pulo do gato é evitar as versões com câmbio automatizado Powershift e procurar um modelo manual mesmo. A versão Titanium é a de topo do Fiesta e o hatch tem itens importantes, como sete air bags, ar-condicionado automático e bancos de couro.
6/10
HONDA FIT LX 15/15 - R$ 40 MIL
Com R$ 40 mil já é possível levar um Fit da geração atual. A versão é a de entrada, bem pelada, e tem só o básico. Mas o Fit é espaçoso, prático, econômico e barato de manter.
7/10
CHEVROLET ONIX LTZ AT 14/15 - R$ 39 MIL
A versão de topo do Onix é uma compra certa. O modelo é confiável, bem equipado e tem uma desejada transmissão automática. A central multimídia ainda é a primeira versão do MyLink, mas quebra o galho.
8/10
VOLKSWAGEN FOX HIGHLINE 1.6 15/15 - R$ 38 MIL
A versão de topo do Fox é pra lá de bem equipada, tem o mesmo motor 1.6 de 120 cv usado no Polo atual e com um pouco de pesquisa dá até pra encontrar unidades com teto solar elétrico.
9/10
CHEVROLET SONIC SEDAN 13/14 - R$ 38 MIL
Quase ninguém lembra do Sonic, já que o modelo ficou pouco tempo em mercado e não era dos mais populares. O sedã é espaçoso e gostoso de dirigir. O motor 1.6 de 120 cv dá conta do recado e o câmbio automático ajuda no dia a dia. Bom para quem quer sair da mesmisse.
10/10
TOYOTA ETIOS X 1.3 17/18 - R$ 39 MIL
Com R$ 40 mil até dá para levar modelos mais antigos de versões mais equipadas. Mas os 17/18 já são reestilizados e ganharam o bom painel digital. Todos também têm câmbio manual de seis marchas, ante as cinco do modelo mais antigo.
Este comportamento, dos carros e das motos, vai deixando todo mundo irritado no já estressante trânsito da maior cidade do Brasil. Isso se reflete no número de acidentes e mortes. As rodovias federais (onde a circulação de motos é nula) mostram números positivos, com diminuição de 11% nos acidentes no último feriado em relação ao mesmo período do passado.
Mortes de motociclistas só aumentam
Já o número de mortes em acidentes de motos em São Paulo, segundo último levantamento do Infosiga, o banco de dados do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, aumentou 62% no ano passado em relação a 2017. Sendo a metade dos mortos de homens entre 18 a 29 anos.
Pode calcular no GPS. Pilotar de forma normal, sem ser no modo "vida loka" sem frear nunca, vai acrescentar no máximo dois minutos a cada corrida, o que não é nada. Claro que no fim do dia, dez corridas com dois minutos a menos viram 20 minutos, ou seja, uma entrega a mais perdida. Um frete a menos todo dia, são 22 no mínimo.
É muita diferença no fim do mês para quem não já não ganha muito. Esta aí o maior desafio. Porque quando dói no bolso, não há campanha de conscientização que se sustente. Agora, se você não trabalha com moto-frete, está apenas se deslocando, e se comporta da mesma maneira, está apenas colocado sua vida em risco por dois minutos. Vale?
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