É notório que os consumidores norte-americanos de veículos são apaixonados por picapes. Eles são famosos em todo o mundo por este gosto peculiar. Segundo um relatório do New York Times, essa paixão não para de crescer, a ponto dos americanos estarem trocando seus luxuosos sedãs alemães por versões de topo de picapes sem o menor constrangimento.
Segundo o jornal, clientes estão largando, por exemplo, um Audi A6 por uma Ford F-150 Raptor ou um BMW Série 5 por uma GMC Sierra Denali sem olhar para trás. Os números de vendas de lá dizem a mesma coisa. Em 2017, o segmento de picapes e SUVs respondeu por 41% das vendas totais, com 8,1% de crescimento em relação a 2016 só entre as picapes.
A topografia americana, as ruas largas e os estacionamentos vastos favorecem este panorama. Lá, usar uma picape mais sofisticada não vai gerar apertos para o proprietário, nem no bolso, já que a gasolina é barata, diferentemente do Brasil.
Continua depois do anúncioMundo também acompanha crescimento das picapes
Lembra quando eu disse que o gosto americano por picapes é peculiar? Mentira pura. Basta recorrer ao maior sucesso do mercado brasileiro do ano passado fora dos SUVs, que foi uma picape, a Fiat Toro, para perceber que esse movimento se estende além dos muros de Donald Trump. E mais delas virão, como os novos modelos intermediários da Volkswagen, Hytundai e Peugeot.
Até a Mercedes lançou sua primeira picape da história, a Classe X. E ela não é exclusiva para o mercado americano. É um movimento global de desejo de consumo que algumas marcas anteciparam muito bem.
Eu não entendo muito bem este desejo por picapes. Não são boas de dirigir, não são práticas, os pneus são muito caros… Na minha opinião, estes tempos mais belicosos em que vivemos podem gerar um desejo inconsciente de um meio de transporte mais robusto. E nisso, as picapes caem como uma luva. Só pode ser isso!