Na história bíblica de Caim e Abel, após ser “preterido” por Deus, Caim arma uma emboscada para Abel e o mata por ciúmes. Na mitologia grega, o Deus do Tempo, Cronos, não teria porque ter ciúmes da embarcação de Jasão, a Argo. Porém, no mundo automotivo, o mês de fevereiro está mais bíblico que mitológico. O hatch Fiat Argo bombou em vendas e foi parar em 6.674 garagens. Já seu irmão sedã, o Cronos, não passou das 1.527 unidades.
Ahh, mas o segmento de sedãs compactos é responsável por menos vendas mesmo, é normal. Sim. E não. Basta ver os números de seus arqui-rivais, os Volkswagen Polo e Virtus. O Polo teve 4.813 unidades vendidas. O Virtus, 3.106. Quase o dobro do Argo.
Um dos fatores que pode resolver esta equação é o tamanho do Cronos. Os compradores de sedãs são mais racionais, buscam espaço interno e porta-malas. Geralmente o sedã da garagem é o único carro da família e serve para rodar na cidade a viajar. Dito isso, o Cronos tem 3,99 metros de comprimento, 2,52 metros de entre-eixos e porta-malas de 300 litros.
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Já o Virtus tem 4,48 metros de comprimento, 2,65 metros de entre-eixos (só 5 cm a menos que o Toyota Corolla) e 521 litros no porta-malas. Dainte desta diferença de dimensões, um possível comprador que tenha foco racional dificilmente vai optar pelo Cronos.
Na versão hatch, a história muda. A compra é mais emocional. Hatchs premium são geralmente voltados para quem quer estilo e modernidade. Usando um português bem claro, para quem quer tirar onda. Neste ponto, o visual distintivo e o acabamento caprichado do Argo são superiores ao “estilo Gol” e ao interior discreto do Polo. Por mais que o Polo seja bom de dirigir, isso só não tem bastado.