Para quem viveu os glamurosos anos 50 no Brasil, o nome Martha Rocha diz muito. Eleita Miss Bahia aos 18 anos e, logo depois, Miss Brasil, Martha participou em julho de 1954 do concurso de Miss Universo. Chegou aos EUA como uma das favoritas, mas perdeu o título para a americana Miriam Stevenson. Diz a história que o segundo lugar no concurso deveu-se a duas polegadas a mais nas medidas dos quadris da brasileira. A história é controversa, mas a fama ficou.
Além de celebridade, Maria Martha Hacker Rocha tornou-se referência nacional de charme e beleza. Tanto que até apelido de carro virou. Em 1955, a General Motors lançou no mercado brasileiro sua picape 3.100. Por esse nome, poucos conhecem o utilitário de linhas curvilíneas e generosas, mas é só falar em Martha Rocha para se identificar a picape com motor de seis cilindros e robustez a toda prova. O dono da picape destas fotos, e que pede para não ser identificado, tem outras raridades na garagem, mas gosta mesmo é de passear no utilitário que comprou há 16 anos. Durante dois anos, o carro passou por um caprichado processo de restauração. “Comprei em Mogi das Cruzes, num estado deplorável”, conta. “Tive de importar muitas peças, outras tive de mandar fazer.” Pintada na combinação saia-e-blusa verde e branco, a picape ganhou para-brisa verde, nova grade dianteira, faróis, lanternas, tanque de combustível e pneus originais aro 16 polegadas. O banco, inteiriço e rebatível, encobre um nicho que abriga caixa de ferramentas e extintor de incêndio.
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Os cromados estão por toda parte e abrangem até mesmo os batentes de porta e os ganchos que prendem a tampa traseira. A caçamba, que traz o estepe em sua lateral esquerda, foi revestida de madeira de lei, com trilhos em aço. Também foram cromadas diversas partes do motor. O carro, impecável, roda silencioso e macio. Nos encontros de antigos, sempre chama atenção. Aos que insistem para que proprietário coloque preço na picape, a resposta é sempre a mesma: “Coloquei no nome do meu filho. E ele não quer vender”.
