Sr. Karmann-Ghia

Morre Henrique Erwenne, um dos principais nomes do antigomobilismo do Brasil

Conheci Henrique Erwenne em 1986. Eu tinha acabado de comprar um Karmann-Ghia vermelho, 1968, em bom estado de conservação, mas que precisava de alguns itens originais. O carro era de uso no meu dia a dia e em viagens e fim de semana. Uma das primeiras providências após comprar o carro foi me filiar ao Karmann-Ghia Clube, fundado três anos antes, e lembro bem da figura de Erwenne, o presidente, me mostrando o galpão, na Freguesia do Ó. O estoque de peças originais, principalmente as de acabamento, hoje faria a alegria de qualquer colecionador.

Comprei um jogo de tapetes, cinzeiro, e o volante preto com aro de metal cromado e o brasão da cidade de São Bernardo do Campo no centro, entre outros itens. Nos anos seguintes, encontrei Henrique Erwenne em diversos eventos de carros antigos, o último deles há cerca de dois meses, na Estação da Luz.

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Henrique Erwenne colecionava carros de diversas marcas, mas conhecia como ninguém os Karmann-Ghia. Seu exemplar vermelho, conversível, 1969, trazia a plaqueta de fábrica com o número 55, legítimo integrante da lendária série de 177 unidades produzidas no País. O zelo, o detalhismo e o capricho empregados na restauração dessa unidade eram de impressionar, e uma aula para quem quisesse se aventurar no ramo.

Até hoje guardo a carteirinha de sócio do KGC e o chaveiro do clube. No vidro traseiro do carro sobrevive o elegante adesivo azul. E, na memória, o conhecimento a educação e a presteza do homem que nunca me disse um não sempre que procurado para falar do carro que era sua paixão. Henrique Erwenne morreu no sábado e foi sepultado na manhã deste domingo, 17 de agosto.


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