Placa Amarela

Terceiro eixo no Ford 1928

Mecânico torna realidade projeto que viu em fotos de há quase um século

Roberto Bascchera

16 de jul, 2019 · 4 minutos de leitura.

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Crédito: Roberto Bascchera / Estadão

Uma picape Ford AA 1928 com dois eixos na traseira fez no domingo (07/07) sua estreia no evento mensal de clássicos da Estação da Luz, no centro de SP. O carro foi, de longe, o mais observado e fotografado do encontro. Curiosos se ajoelhavam para observar, por baixo, a novidade. Excentricidade? Sacrilégio? Invencionice?

Roberto Bascchera / Estadão

Antes que se condene a adaptação feita pelo mecânico de manutenção Eduardo Polizel, que idealizou e realizou a obra, é bom que se diga: registros de época mostram ônibus, caminhões e furgões com essa configuração há quase um século. Eles tinham a missão de transportar cargas por caminhos enlameados que precederam as estradas asfaltadas.

A reforma total da picape, resgatada em uma fazenda no interior paulista, consumiu três anos de trabalho, realizado integralmente na oficina caseira que Polizel mantém com o irmão Mateus, vice-presidente do Clube do Fordinho, fundado em 1971 e um dos mais tradicionais do antigomobilismo brasileiro. Nesse meio tempo, enquanto cuidava da recuperação da lataria e da mecânica, Polizel teve a ideia de adaptar o terceiro eixo e, com ele, o sistema de tração nas quatro rodas traseiras. “Ao ver as fotos de um furgão dos Correios do Canadá com o terceiro eixo, resolvi fazer a mesma coisa na minha picape”, conta. “Consegui as características técnicas em publicações dos Estados Unidos. O fato de ter um eixo disponível na oficina facilitou o trabalho.”

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Roberto Bascchera / Estadão

O chassi, a caçamba e o para-lama traseiro foram alongados em 50 centímetros. O motor continuou sendo o tradicional quatro cilindros em linha de 40 hp. A cor da carroceria foi escolha pessoal do dono: marrom ocre. Os para-lamas, como é tradição nos Fordinhos, continuaram pretos. Como decoração, o dono fixou na caçamba dois latões de transporte de leite, o que dá um “ar de fazenda” ao veículo. Somente o teste de tração em um terreno enlameado ainda não foi feito. E nem será. “Não está nos meus planos colocar esse carro no barro”, diz Polizel.

Roberto Bascchera / Estadão

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