Como funcionam os seguros autos dos carros clássicos
Donos de carros “placa preta” também podem se beneficiar do seguro auto, mas com condições são diferentes.
Carros clássicos, também conhecidos como “placa preta”, não são simples automóveis. São itens de colecionadores, que despertam respeito e cuidado redobrado. Por serem carros antigos e especiais, as condições para firmar um seguro auto podem variar. De qualquer forma, vale a pena procurar pelas disposições mais adequadas as suas necessidades. Uma boa notícia é que os preços tendem a ser mais baixos.
Para ser considerado um veículo clássico é preciso atender a alguns requisitos: o carro precisa ter mais de 30 anos, contar com, pelo menos, 70% de seus itens originais e fazer parte de uma coleção. Essas características precisam ser atestadas por uma entidade especializada em veículos antigos, reconhecida pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). São eles que vão emitir o Certificado de Originalidade.
O carro de coleção tem algumas peculiaridades que podem baratear a apólice. A principal delas é que, normalmente, o “placa preta” circula menos. Acaba sendo um carro de passeio, de lazer, utilizado apenas em ocasiões especiais. Por ser menos exposto a riscos, a taxa é mais barata. Também é possível reduzir algumas coberturas do seguro que não são fundamentais para um veículo com esse uso. Uma das possibilidades, por exemplo, seria diminuir o valor de coberturas de “danos materiais”, uma das mais caras, e a de “vidros”.
Por outro lado, os carros clássicos têm a desvantagem de possuir peças difíceis de serem repostas, já que muitos saíram de linha há anos. Outro problema é estimar o valor de mercado do veículo. Carros com mais de 20 anos dificilmente se encontram na tabela FIPE, que calcula a média de preço de veículos no mercado nacional. “O custo do seguro para um carro clássico pode variar, justamente, por conta da escassez das peças e por seu valor sentimental. A companhia não consegue dar um preço que o cliente considera justo para o carro”, diz Raquel Tavares, consultora da Genial Seguros. A solução para esses impasses, de acordo com Tavares, é procurar seguradoras especializadas no assunto.
Por esses motivos, também é desaconselhado contratar o “seguro compreensivo” (o mais completo). Como o valor da cobertura é mais alto e o uso presumido do pacote é baixo, o custo-benefício não compensa. A recomendação de Tavares para os colecionadores é associar a “assistência 24 horas” ao seguro contra “roubo e furto”. “A assistência 24 horas é a mais importante para um proprietário de ‘placa preta’. Ele vai poder contar com o guincho a qualquer hora, sem ter que pagar por isso”, diz Tavares.
Vale destacar que o custo pode variar consideravelmente entre as empresas seguradoras, em muitos casos as companhias concedem coberturas apenas para roubo, furto e terceiros com assistência 24 horas, o que já é um bom combo para os clássicos. Além disso, o cálculo do seguro automóvel leva em conta uma série de estatísticas, como o perfil do motorista e seu histórico de condutor, as características do local em que ele mora, índices de sinistralidade do carro em questão, localidades em que ele costuma trafegar e muitas outras variáveis.