Nos EUA, um ‘corredor de ônibus’ para carros compartilhados

Em Los Angeles, a cultura do transporte individual é tão forte que o governo garante benefícios a quem topa dar e receber carona. Basta que o carro esteja ocupado por pelo menos duas pessoas

(Fotos: Rafaela Borges)

Eu costumo dizer que Nova York não é Estados Unidos: tudo é muito concentrado na ilha de Manhattan e as pessoas andam bastante a pé, ou de transporte público – metrô, principalmente. No aspecto deslocamento, pelo menos, a vida por lá é até fácil – ao menos para quem tem uma rotina concentrada na “ilha”.

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Já Los Angeles, o coração da costa oeste dos EUA, é a “América nua e crua”. Como em Detroit, por exemplo, na metrópole californiana há diversas cidades concentradas ao redor (Santa Mônica e Malibu, por exemplo), o que acaba acarretando em deslocamentos longos, muitos deles feitos por rodovias (as chamadas “highways”).

Trata-se de uma metrópole bem espalhada e com transporte público bastante deficiente, como ocorre na maioria dos Estados Unidos. Há ônibus coletivos, mas eu, pelo menos, não vi muitos. Metrô? Só para quem não precisa sair muito do centro.

O resultado? Por lá, o transporte individual impera. É cada um em seu carro. Assim, os congestionamentos são infindáveis, a qualquer hora do dia, seja nas vias internas ou nas rodovias. A cidade é completamente travada. Nesse aspecto (bem como nas distâncias dos deslocamentos), me lembrou bastante São Paulo.


Circulando pelas rodovias, algo me chamou a atenção. Há uma faixa exclusiva, à esquerda. O trânsito estava todo travado, mas, nessa parte, ele fluía. E não havia ônibus, apenas carros.

Então vi a placa que indicava a condição para quem um carro pudesse circular ali: bastava que estivesse ocupado por no mínimo duas pessoas. Duas pessoas!


Achei curioso e fui debater o assunto com os moradores de Los Angeles, contando sobre o nosso corredor especial, mas voltado para ônibus. Conclusão: em Los Angeles, impera o transporte individual. Todo mundo tem carro e todo mundo utiliza o próprio carro para se locomover pela espalhada cidade. Ninguém quer saber de precário transporte coletivo, muito menos de compartilhar o automóvel.

Assim, é cada um por si, e em veículos grandalhões, com grandes motores e bastante poluentes. Picapes e utilitários imensos, como o Chevrolet Suburban, imperam por lá. Com um agravante: a Califórnia é um dos locais do mundo que mais dá incentivos e subsídios aos carros híbridos e elétricos.

A coisa lá é tão, mas tão individual, que transporte coletivo é considerado um carro particular com dois. Ou seja: o incentivo da faixa exclusiva é também o incentivo ao compartilhamento, a dar e receber carona. Para quem topa, é uma ótima saída: por lá, o trânsito anda. Ao lado, todo mundo está parado.


Produzi algumas fotos para mostrar a solução. São estas que estão aí no post. E aí, o que acharam da faixa exclusiva para carros compartilhados? Acham que essa solução funcionaria em São Paulo.

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