Fiat prova que não está pra brincadeira

Pela primeira vez, sedã Cronos lidera seu segmento

Fiat Cronos Crédito: Foto: Rafael Arbex/Estadão

A Volkswagen não está para brincadeira, como já analisamos aqui no blog. A Fiat, agora, prova que também não. De olho na missão de tirar a liderança da Chevrolet, as duas marcas estão usando todas as suas armas. No caso da italiana, o sedã Cronos pode ser o marco da virada.

 

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Estou acompanhando o desempenho do três-volumes desde o início do mês. Agora, já é hora de dizer: o sedã Cronos ocupa pela primeira vez a liderança de seu segmento.

De 1º a 17 de janeiro, o modelo lidera a categoria de sedãs compactos. Ele deixou para trás os representantes de suas duas rivais: Volkswagen Virtus e Chevrolet Prisma.


 

OS CARROS MAIS VENDIDOS NO INÍCIO DE JULHO (1º a 17)

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Sedã Cronos na frente

A vantagem do sedã Cronos ainda é pequena, mas o carro está conseguindo se manter à frente dos rivais. De 1º a 17 de julho, ele somou 1872 emplacamentos.

Na comparação com a vantagem da primeira quinzena, os rivais se aproximaram um pouco mais, mas não ultrapassaram o sedã Cronos. O Prisma obteve 1.800 unidades vendidas. O Virtus vem atrás, em empate técnico com o Chevrolet, com 1.798 emplacamentos.

Em junho, o sedã Cronos já havia obtido a segunda colocação no ranking de três-volumes compactos. O mais vendido naquele mês foi o Virtus.


Lançado no primeiro trimestre deste ano, o sedã Cronos tem como vantagem, ante o Virtus, o preço. Ele parte de R$ 54.990. O VW começa em R$ 61.390.

No quesito preço, o Prisma tem a vantagem da versão Joy, a R$ 48.390. Já as configurações com novo visual, que concorrem diretamente com Virtus e Cronos, começam em R$ 59.290.

Sobre o Prisma, o sedã Cronos tem a vantagem da modernidade. Mesmo assim, o Fiat não conseguiu ter um começo tão bom quanto o do Virtus, nem ameaçar o Prisma no primeiro momento.


Por isso, a virada dos últimos meses indica que, mais do que estar caindo no gosto do povo, o sedã Cronos pode estar entrando também em um forte processo de vendas diretas. Isso, aliás, é a principal arma da Fiat. Você entenderá melhor esse processo abaixo.

Atacado é a arma italiana

A Fiat, bem como a FCA, grupo do qual faz parte, está sob nova direção no Brasil. No primeiro semestre, saiu Stefan Ketter. O novo presidente é o italiano Antonio Filosa.

O objetivo dessa gestão é claro: retomar a liderança de vendas que a Fiat teve por cerca de duas décadas. Não neste ano, é claro. Mas no fim da década.


A missão não parecia muito fácil para a Fiat. Afinal, no início do ano, ela perdeu até mesmo a vice-liderança, para a VW.

Porém, a marca ataca cada vez mais forte nas vendas diretas, ou no atacado. E, se o objetivo é a liderança, a montadora pode se dar bem.

Neste mês, por exemplo, ela está, por enquanto, na frente da Volkswagen. De 1º a 17 de julho, vendeu 15.611 carros, ante os 15.378 da alemã. A Chevrolet é líder, com 16.227 emplacamentos.


É difícil dizer se a Fiat vai conseguir fechar o mês na vice-liderança, pois as duas montadoras ainda estão muito próximas. Porém, a italiana está “nadando de braçada” do “top 10” dos carros mais vendidos do País.

Não é só o sedã Cronos que está se dando bem, à frente dos rivais. Pelo segundo mês seguido, o Argo está vendendo mais que o Polo. Até agora, o Fiat foi o quinto carro mais comercializado do País, com 3.099 emplacamentos, ante os 2.696 do VW, oitavo colocado.

Outra novidade é que o Argo conseguiu deixar para trás o Gol. Além disso, o “top 10” parcial de vendas tem a Strada na quarta posição (3.444 emplacamentos) e a Toro na sétima (3.027). O Mobi também não vai mal; é 13º.


Com esse desempenho, mesmo que a Fiat não ultrapasse a Volks neste mês, tem toda condição de fazer isso no próximo. E a Chevrolet que se cuide: o Onix continua muito bem, mas o Prisma está perdendo espaço, o que é perigoso para a montadora.

Vendas diretas: vantagens e desvantagens

Só saberemos no fim do mês se o bom desempenho do sedã Cronos é também resultado das vendas diretas. Por ora, temos apenas os números consolidados de vendas.

Fato, porém, é que o Argo só começou a superar o Polo após passar a vender muito no atacado. O modelo era um dos únicos Fiat que não tinham grande representatividade nas vendas diretas. Isso mudou.


Agora, como Mobi, Strada e Toro, o Argo também tem o atacado com um porcentual respeitável em seus emplacamentos.

A Fiat é hoje a marca que mais vende carros no atacado no Brasil. Ela tem quase 20% desse mercado.

Mas e aí? As vendas no atacado são ou não uma boa aposta? Depende. Se a liderança é o principal objetivo, são sim.


Há montadoras, porém, que descrevem vendas fortes no atacado como uma “loucura”. Isso porque os descontos são altos, já que essa modalidade consiste em entregas da fábrica diretamente para pessoas jurídicas (empresas, locadoras, etc), pessoas com necessidades especiais (PCD) e produtores rurais, entre outros grupos.

Em alguns casos, o desconto pode ultrapassar os 20%. Isso significa uma margem de lucro muito baixa.

Por outro lado, cada vez mais as vendas no atacado ganham importância no mercado brasileiro. Em junho, representaram mais de 46% dos emplacamentos.


Além da Fiat, Renault, Jeep e Nissan estão entre as marcas que investem bastante nessa modalidade.

Uma boa leitura para o aumento nas vendas no atacado é a demanda estável do varejo. Para algumas montadoras, vale mais a pena dar descontos que manter estoques, ou trabalhar com ociosidade em suas fábricas.

 


 

 

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