Faz tempo que não produzo resenha de companhias aéreas norte-americanas aqui no blog. Agora, chegou a hora de avaliar aquela que tem maior penetração no Brasil, a American Airlines.
RESENHAS RECENTES
Desta vez, não falaremos apenas da classe executiva. Voei também na econômica premium, que se mostrou um excelente produto.
Continua depois do anúncioA American Airlines opera voos de várias cidades dos EUA para algumas do Brasil. De e para São Paulo, há conexões diretas com metrópoles como Dallas, Los Angeles, Nova York e Miami. Apenas a Latam opera mais destinos nos Estados Unidos.
Eu voei no mês passado de São Paulo a Dallas. O voo foi de classe executiva no Boeing 777. Na volta, a “perna” foi Los Angeles-Guarulhos e a aeronave, o Boeing 787.
CONHEÇA MEU PERFIL NO INSTAGRAM
Apesar de mais moderno, o 787 que faz a rota LA-SP não tem primeira classe. Diferentemente do 777 que opera o voo de e para Dallas.
No 787, no entanto, minha experiência com a American Airlines não foi de executiva, e sim de econômica premium. Vamos começar falando do trecho de ida, de business.
VEJA TAMBÉM: OS CARROS DE LUXO MAIS VENDIDOS EM AGOSTO
Check-in, embarque e sala VIP
O ponto fraco da experiência na executiva da American Airlines foi o check-in em Guarulhos – feito no Terminal 3. Como os voos para diversos destinos têm horários de saídas semelhantes, a espera na fila foi de quase 30 minutos. O padrão é muito alto para a business class.
Além disso, nos mesmos guichês estão os passageiros da executiva, econômica premium e com status em programas de fidelização das companhias da One World, aliança da qual a American faz parte.
Em Guarulhos, não há prioridade para passageiros da executiva na checagem de segurança e na imigração – nem para os da American nem para os de nenhuma outras companhias.
A American Airlines tem uma sala VIP exclusiva no Terminal 3. Porém, não foi essa que eu utilizei. Portanto, a resenha do lounge da AA fica para uma próxima.
Usei a sala VIP da Latam, já que a sul-americana e a American Airlines fazem parte da aliança One Word. Trata-se da maior sala do Terminal 3, e também da mais lotada (principalmente à noite, quando decolam diversos voos da Latam).
A sala é aconchegante, tem chuveiros em cabines privativas, espaço para dormir e buffet variado com pratos quentes, frios e snacks – além de boa seleção de bebidas.
Os ambientes mesclam mesas pequenas, médias e grandes, e alguns lounges. Há ainda salas de reunião e business center. As salas VIP não ficam muito próximas aos portões de embarque, uma falha do Terminal 3.
O embarque é feito por grupos, e foi rápido e eficiente. Os passageiros da executiva têm prioridade.
Conforto da executiva da American Airlines
No quesito conforto, a executiva da American Airlines é quase imbatível entre as companhias ocidentais. O layout 1-2-1 na disposição “espinha de peixe” é muito semelhante ao de outra empresa campeã, a Air France.
As poltronas são largas, têm bom acabamento e reclinam em 180°, transformando-se em camas. O apoio para os pés, à frente, também é largo.
O assento tem duas posições pré-definidas – pouso e cama. Porém, dá para fazer múltiplos ajustes e combinações usando os botões do encosto, assento e apoio para os pés integrado à poltrona.
Quando a poltrona está na posição cama, a privacidade é total. O “casulo” de proteção é grande e profundo.
Ao lado de cada poltrona há um grande armário, onde estão o kit de amenidades e o fone de ouvido da marca premium Bose. A porta desse armário tem um ótimo espelho, que eu particularmente adorei.
A classe executiva tem quatro banheiros, dois à frente e dois atrás, estes compartilhados com a econômica premium.
A tela multimídia, de bom tamanho, é sensível ao toque e a programação, com filmes e séries, é ampla. A maioria das opções tinha dublagem em português, mas eram raros os programas com legenda em nosso idioma.
De todo modo, sempre dava para colocar a legenda em inglês, o que facilita a compreensão para quem prefere assistir programas no idioma original.
Aqui, o ponto fraco é o uso da tela. Ela demora a responder aos comandos. Além disso, o travesseiro poderia ser um pouco maior. Já o cobertor protege bem o passageiro e é macio.
Serviço de bordo e chegada
O serviço é rápido; começa logo que o piloto desliga o aviso dos cintos de segurança. A American privilegia, em seus voos, ingredientes dos países de destino e origem.
Como vocês podem ver no cardápio abaixo, havia uma opção feita com pão de queijo, uma tradição brasileira.
Não fui muito feliz em minhas escolhas. Tanto a entrada como o prato principal (o filé) deixaram a desejar em sabor.
A carta de vinhos incluía espumante, branco e duas opções de tinto. Havia também diversidade de drinks com ou sem álcool, destilados e bebidas quentes.
O sabor da refeição principal servida no café da manhã também deixou a desejar. O pães, no entanto, estavam quentinhos, e as comissárias passam frequentemente oferecendo mais opções aos passageiros.
Na chegada a Dallas, tive de retirar minha bagagem (procedimento obrigatório nos Estados Unidos), passar pela alfândega e despachá-la novamente para meu próximo voo, a Las Vegas. Lá, minhas malas foram umas das primeiras a serem entregues.
Econômica premium da American Airlines
Os passageiros de econômica premium têm prioridade no check-in, bagagens e checagem de segurança (nos aeroportos que possuem essa facilidade).
Meu check-in foi em Reno. De lá, parti para meu ponto de conexão, em Los Angeles, para embarcar no voo para São Paulo.
O check-in em Reno foi confuso, mas pareceu mais uma falta de preparo da funcionária que um problema da American. O aeroporto tem prioridade na checagem de segurança, pela qual passei sem enfrentar filas.
A econômica premium não dá acesso à sala VIP. Ainda assim, graças a uma colega que viajava em meu grupo e tinha cartão Platinum da Latam, pude conferir o lounge da American Airlines no terminal 4 do aeroporto de Los Angeles, de onde parte o voo para Guarulhos. Entrei como sua acompanhante.
A sala, chamada de Admirals Club, tem diversos ambientes, cabines com chuveiro e um dos melhores buffets que já conferi em um lounge VIP de classe executiva. O destaque, no entanto, é a vista para a pista. Dá para acompanhar pouso e decolagem das aeronaves, um prato cheio para os fãs de aviação.
A bordo da econômica premium
O embarque é prioritário e foi realizado sem contratempos. As poltronas são mais largas que as da econômica convencional, e também têm mais espaço para as pernas. Além disso, reclinam bem mais.
O layout da econômica premium no 787 da American Airlines é 2-3-2. A dica é marcar, logo que comprar a passagem, a poltrona na primeira fileira (não há cobrança para marcação na premium).
Essas poltronas são as únicas a trazerem apoio para os pés integrado ao assento. Os das demais ficam na poltrona da frente, algo bem menos confortável.
As telas também são maiores que as da econômica convencional, e o fone de ouvido é bom (embora não da Bose, como na executiva). A programação é a mesma em todas as classes.
Na premium, há um bom kit de amenidades também (com meias, tapa-olhos e pasta e escova de dentes, entre outros produtos).
São apenas três fileiras na classe (portanto, 21 lugares). Com isso, as filas para os dois banheiros, compartilhados com a executiva, quase não existem.
Serviço de bordo na premium
O serviço é melhor que o da econômica convencional. Há pratos de vidro e talheres de metal. Além disso, a classe oferece gratuitamente bebidas alcoólicas, como vinhos tinto e branco e destilados.
Há cardápio, com uma opção de entrada e apenas duas de prato principal (três na executiva). Aqui, ocorreu a principal falha da premium da American Airlines.
Havia uma opção vegetariana e uma carne. Optei pela segunda, mas ela não estava disponível (e eu estava na primeira fileira, sendo uma das primeiras pessoas a fazer o pedido).
A comissária explicou que a maioria das pessoas fez o pedido pela internet, e então restou apenas a opção vegetariana (uma falha grave, em minha opinião). Eu disse que não queria (era um prato com pimentão).
Então, oferecerem a opção da econômica (a massa, ao menos, estava boa). E me orientaram a, da próxima vez, fazer o pedido antecipadamente, via internet.
Na chegada a Guarulhos, minha bagagem foi entregue junto com a dos passageiros da executiva.
A premium vale a pena?
Sem nenhuma dúvida. Pelas fotos, pode até não parecer, mas o conforto é muito superior ao da econômica, principalmente por causa da largura da poltrona e da reclinação do encosto.
Além disso, embora a sala VIP não esteja incluída, os serviços prioritários fazem uma grande diferença no tempo que se perde em aeroportos e na qualidade da viagem.
Sobre os preços, é difícil mensurar. Eles variam de voo a voo. Vou contar, então, como foi no meu. A premium custou cerca de 14% a mais que a econômica.
Já o preço da passagem da executiva era o triplo do cobrado pela econômica e mais que o dobro do pedido pela premium.
Portanto, a econômico premium foi sim um investimento e tanto.