VW prova que seus carros são caros

Em novembro, com o Volkswagen Tiguan, consumidor mostrou que quer os carros da marca. O problema é o preço

Volkswagen Tiguan Crédito: Prestes a sair de linha, Tiguan somou, em um mês, mais de um terço do total de suas vendas no ano (Foto: Sergio Castro/Estadão)

O Volkswagen Tiguan é aquele típico carro em fim de carreira. No ano passado, ele até ganhou uma versão mais em conta, com motor 1.4. Isso não foi suficiente. Em 2017, as vendas naufragaram de vez.

Para se ter uma ideia, neste ano, o carro ainda não havia conseguido nem se aproximar da casa das 100 unidades emplacadas. Muitas vezes, não passou das 50.

Até outubro, tinha 551 emplacamentos acumulados no ano – ou 50 por mês. Brigava com o CR-V pelo posto de SUV médio mais esquecido (e agora, insignificante) do Brasil. Logo os dois, que sempre foram desejados. O fim de carreira se aproximava, e parecia trágico.

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E aí veio o mês de novembro, e o Tiguan conseguiu emplacar 390 unidades. Pouco? Pode parecer, mas não é. É um excelente número para o segmento de SUVs médios, pois, com exceção do Compass, dificilmente algum desses carros passa das mil unidades.

Além disso, essas 390 unidades representam mais de um terço do total de vendas do Tiguan no ano. Agora, de janeiro a novembro, ele soma 941 emplacamentos.

ESTRATÉGIA


O que mudou? A Volkswagen investiu um pouquinho no Tiguan, e o consumidor retribuiu.

O cliente brasileiro mostrou que ainda considera o Volkswagen Tiguan o excelente carro que, mesmo defasado, ele ainda é. Tem interior bem acabado, bom motor, bonito e pacote de tecnologia. Tanto que, em um comparativo com novos SUVs médios do mercado, o Volkswagen obteve a vitória.

Então, qual era o problema do Tiguan? O mesmo de outros Volkswagen: preço. Preço alto demais para o que o carro oferece.


Em alguns casos, o preço extra é justificável, como o do Polo. Na maioria, no entanto, não é. Os carros da Volkswagen estão entre os melhores do Brasil, mas não são tão melhores para cobrarem um extra tão absurdo.

Um dos exemplos é o Golf. Não há justificativa aceitável para o Golf 1.4 custar mais de R$ 10 mil a mais que o Cruze equivalente.

Com o Tiguan, ficou claro que o problema é o preço. A Volkswagen está oferecendo um belíssimo desconto para o SUV médio: mais de R$ 25 mil.


A versão 1.4 está saindo por R$ 115.990, ante os R$ 141.332 da tabela.

Nas últimas semanas, recebi ligações e emails de conhecidos para perguntar sobre o Tiguan. Com o preço mais baixo (e considerado, por essas pessoas, justo), a vontade de comprar veio. Mesmo com o fato, já público, de o modelo estar prestes a sair de linha.

Fica, então, claro: com preço justo, os modelos da Volkswagen vendem como deveriam. Não está na hora de a montadora rever sua estratégia?


Em tempo: a nova geração do Volkswagen Tiguan chega no ano que vem, importada, e apenas em versão de sete lugares. A atual dirá adeus, mas não porque a nova vai ocupar seu lugar.

O espaço deixado pelo Tiguan atual será preenchido por um novo SUV médio, a ser feito na Argentina.

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