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Cadeirinhas não passam em teste de colisão
Legislação

Cadeirinhas não passam em teste de colisão

Proteste realizou ensaio com dez modelos vendidos no Brasil. Resultados não foram animadores

25 de nov, 2014 · 5 minutos de leitura.

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 Cadeirinhas não passam em teste de colisão

Pais de crianças pequenas que precisam carregar os filhos em cadeirinhas infantis para o carro terão que prestar bastante atenção na hora de comprar um assento novo para os pequenos. A mais recente bateria de testes realizada pelo Programa de Avaliação de Carros novos, o Global NCap, em parceria com a Proteste reprovou os dez modelos avaliados no segundo ensaio com cadeirinhas infantis vendidas no mercado brasileiro. Ainda foram testadas três outras cadeirinhas vendidas em outros países da América Latina. Todos os modelos testados usam fixação pelo cinto de segurança do carro, sem ainda terem certificados a ancoragem Isofix.

Numa escala que vai de nenhuma a cinco estrelas, a mesma qualificação usada nos crash tests dos carros, apenas duas conseguiram um máximo de três estrelas, os modelos Bebe Confort, da Axiss, e a Nania Cosmo SP Ferrari, mas ainda abaixo do mínimo que a Proteste considera aceitável, que são quatro estrelas.

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Nos teste de impacto, o Global Ncap usou uma estrutura que simula o habitáculo de um Volkswagen Golf e que corre sobre trilhos, sendo violentamente freado e forçando a movimentação da cadeirinha no interior. O teste é feito a 64 km/h.

As Galzerano Coccon, Baby Style Cadeira 7000 e Chicco Xpace conseguiram duas estrelas, enquanto as Burigotto Touring SE 3030, Lenox Casulo, Galzerano Orion Master, Baby Sytle 333 e Chicco Eletta tiraram apenas uma estrela. Em alguns modelos, houve quebra de partes estruturais da cadeirinha, que provocou muito deslocamento do “dummie” usado nos testes.

A entidade realizou ainda testes de impacto lateral com as cadeirinhas, não exigidos por qualquer legislação. As cadeirinhas testadas se mostraram muito pouco seguras nesse ensaio. Apenas o modelo Nania Cosmo conseguiu classificação aceitável, mas não se saiu bem no teste de colisão frontal.


Além disso, a Proteste ressalta que nem sempre os modelos mais caros de fato protegem melhor as crianças em caso de impacto. O modelo da Nania, por exemplo, pode ser encontrado por cerca de R$ 450, se saiu melhor, com três estrelas, que a Chicco Xpace, que custa cerca de R$ 1.200.

A Proteste ressalta ainda a importância da fixação correta da cadeirinha no banco traseiro. Como o sistema Isofix ainda não está regulamentado no Brasil, para ser vendido aqui, com a chancela do InMetro, a cadeirinha precisa ser fixada com o cinto, que pode se afrouxar com o movimento do carro e ainda ser preso incorretamente pelos responsáveis pela criança. “Os pais também precisam comprar o assento correto para altura e peso da criança”, alerta o engenheiro e pesquisador da Proteste, Dino Lameira.

São três categorias de assentos infantis. A 0+ é para crianças até 13 kg, o nível 1 é para crianças de 9 a 18 kg. Há ainda o 0+/1, que atende crianças de 0 a 18 kg. Nos testes, ainda foram verificados itens como facilidade de instalação e colocação da criança. “No entanto, o uso de qualquer cadeirinha ainda vai ser mais seguro do que viajar com a criança solta no carro, ou no colo de algum adulto”, completa Lameira.


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