No dia 26 de novembro, encomendei à autorizada Carrera um Tracker Premier na cor Vermelho Glory, igual ao que eu havia visto em uma publicidade na televisão. Após 40 dias, a concessionária não consegue sequer dar uma previsão firme da entrega. Após ter comprado quatro carros da Chevrolet nos últimos 15 anos, estou quase desistindo desse. Fiquei frustrada com a marca, que anuncia um produto que não existe: trata-se de uma lenda. Alguém da GM pode me informar se devo desistir da marca ou quando poderei ter um Tracker igual ao da tevê?
Maria Angela Soares Miyagi, CAPITAL
Chevrolet responde: o caso foi solucionado.
A leitora diz que o carro que desejava foi, enfim, faturado.
Advogado: a mercadoria anunciada deve estar à disposição do consumidor. Do contrário, trata-se de publicidade enganosa, o que autoriza o interessado a obter uma ordem judicial de urgência para a entrega do produto.
Veja outras reclamações publicadas na coluna Defenda-se desta semana:
HONDA CITY
Sem garantia por falta de revisão
Comprei um City EX novo em janeiro de 2016. Fiz a primeira revisão aos 9.954 km, em 24 de outubro do mesmo ano. Agora, estou vendendo o carro, que completou dois anos e está com 18.950 km rodados. Ao verificar o manual de garantia, constatei que perdi o prazo definido pela Honda para a segunda revisão, que deveria ter sido feita por tempo, ou seja, até o dia 24 de outubro de 2017. Isso ocorreu porque a Norte-Vel da Vila Guilherme não me ligou alertando sobre a revisão, como havia feito com todos os outros Honda que tive nos quatro anos anteriores.
A central de atendimento da Honda diz que a Norte-Vel fechou e não repassou sua base de clientes para a montadora – que, por isso, nada poderia fazer. Ou seja, meu carro perdeu a garantia e, em caso de defeito, um reparo sem ônus dependerá da boa vontade da fabricante. Estou decepcionada e quero que a Honda reveja sua posição, revalidando a garantia do veículo. O erro não foi só meu.
Neila Cecilio, CAPITAL
Honda responde: prestamos os esclarecimentos cabíveis à leitora, que fez a revisão do veículo na Daitan Pompeia.
A leitora confirma a informação e reitera que a garantia do veículo foi restabelecida.
Advogado: se a concessionária da Honda, durante quatro anos, sempre avisou a consumidora sobre a revisão, isso se tornou um costume e levou a cliente a contar com esse serviço. Dessa forma, ainda que tenha havido mudança na rede autorizada, a prática deveria ter sido mantida. Por isso, a Honda agiu corretamente ao restabelecer a garantia do veículo.
NISSAN KICKS
Carro parado por falta de peças
Sou portadora de esclerose múltipla e adquiri um Kicks com isenção fiscal em junho de 2017. Em novembro, surgiu um ruído estranho na parte dianteira do carro. Deixei-o na concessionária para verificação do problema. Disseram que os pistões haviam sido carbonizados devido ao uso de combustível adulterado. Mas sempre abastecemos os carros da família nos mesmos postos e nunca houve problemas. O orçamento do conserto ficou em R$ 6.400 e, após negociação, o valor foi reduzido para R$ 1.900. Aceitamos a proposta. Dois meses depois, o carro continua desmontado na autorizada, por falta de peças. Não sei mais o que fazer.
Débora Pinheiro Dantas, CAPITAL
Nissan responde: o veículo foi reparado e entregue em perfeitas condições de uso.
A leitora diz que ficou dois meses sem o carro e não recebeu veículo reserva. Ela questiona a cobrança do conserto, já que a montadora não apresentou nenhuma prova do alegado uso de gasolina adulterada.
Advogado: a alegação de uso de combustível adulterado, para fins de negativa de reparo sem ônus, só é possível mediante a apresentação de laudo técnico, feito por profissional não vinculado à montadora, que comprove a má qualidade do combustível. A consumidora pode recorrer ao Juizado Especial Cível para reaver o valor pago pelo reparo e a montadora somente se livrará do pagamento se puder exibir a prova referida.
Quer participar? Escreva um texto descrevendo seu problema de forma resumida e envie-o para o e-mail jcarro@estadao.com, juntamente com RG, CPF, endereço com município, telefones para contato e, se possível, número do chassi e placa do veículo.