Comprei um Civic zero-km há nove meses. Tenho notado que as tampas dos cubos das rodas de liga leve apresentam oxidação. Levei o carro à concessionária, para que avaliassem e pleiteassem junto à fabricante a troca das peças em garantia. Para minha surpresa, recebi uma resposta negativa, com a alegação de que se tratava de fator externo, como produtos de limpeza e até urina de animais. O curioso é que verifiquei o mesmo problema em vários exemplares de Civic. Será que a Honda acredita que o mesmo animal e o mesmo produto de limpeza perseguem todas as unidades do sedã? Espero que eles se saiam com uma resposta menos ridícula, pois cada item custa R$ 170 na autorizada.
Carlos Eduardo Sadocco, SANTOS (SP)
Honda responde: passamos os esclarecimentos ao cliente.
O leitor diz que a fábrica autorizou a troca em garantia de três tampas do cubo. Além disso, uma das rodas traseiras foi substituída.
Advogado: a empresa pode alegar fatores externos para se eximir de reparos gratuitos durante o período de garantia. Para isso, entretanto, terá de comprovar tal alegação, mediante a entrega de laudo técnico ao consumidor. Caso contrário, não poderá se esquivar da obrigação de fazer o reparo sem ônus, em especial no caso de veículo com tão pouco tempo de uso.
Veja outros casos publicados nesta semana na coluna Defenda-se
FORD FIESTA
Trepidação no câmbio
Com apenas 3 mil km, o câmbio automatizado de meu Fiesta passou a apresentar problemas de trepidação em baixa rotação. Na concessionária, fizeram uma atualização de software na transmissão. Como não deu resultado, disseram que solicitariam a troca da embreagem junto à fábrica e eu deveria aguardar o chamado para o reparo. Como 47 dias se passaram sem que eu tivesse retorno, liguei para a concessionária, sem resultado, e enviei uma carta registrada à Ford. Recebi uma resposta-padrão me orientando a procurar uma autorizada, ignorando completamente que eu já havia inclusive solicitado as peças por meio da concessionária. Dez dias depois, liguei para a central de atendimento da Ford e disseram que não havia nenhum processo de troca de embreagem em andamento para meu carro. Depois de transferir a responsabilidade à concessionária, prometeram me dar um retorno em 48 horas, mas já se passaram 16 dias e nada. Estou me sentindo esgotada com essa situação.
Carolina A. Arruda, CAPITAL
Ford responde: a questão foi resolvida.
A leitora diz que a embreagem foi trocada quatro meses após a primeira queixa à autorizada.
Advogado: o prazo máximo para o conserto é de 30 dias. Quando o serviço for realizado após esse período, o cliente pode recusar o carro reparado e exigir, de forma amigável ou judicialmente, a troca do produto. Outra alternativa é o consumidor realizar o serviço em oficina especializada idônea e exigir o reembolso do valor pago pelo reparo.
CHEVROLET CRUZE
Carro parado por falta de peças
Meu Cruze foi atingido por outro carro em alta velocidade. Chamei a polícia e acionei o seguro. Tive de aguardar o segundo guincho, pois o motorista do primeiro disse não ter o equipamento para içar meu veículo. A seguradora levou cinco dias para pedir as peças à montadora e, duas semanas depois, meu carro ainda está parado sem que os reparos tenham sido iniciados, enquanto oficina, seguradora e concessionária fazem um jogo de empurra e se eximem de qualquer responsabilidade. A montadora demora demais para fornecer os componentes. Não entendo como vende carros sem ter peças de reposição.
Luiz Eduardo Parreiras Tálamo, BELO HORIZONTE (MG)
Chevrolet responde: o caso foi solucionado com o cliente.
O cliente diz que recebeu o veículo de volta após 47 dias.
Advogado: em caso de longo atraso no reparo do carro, a seguradora deve compensar os prejuízos sofridos pelo consumidor, que não pode arcar com o ônus resultante da falta de peças no mercado. O segurado paga para ser socorrido com presteza em uma eventualidade.
Quer participar? Envie um resumo do problema com seu nome completo, telefone, endereço com município, RG e CPF para o e-mail: jcarro@estadao.com