Na segunda-feira passada, o engenheiro mecânico Rubens Venosa, dono da oficina Motor Max, na zona sul da capital, atendeu a pelo menos duas ligações de clientes dizendo que o carro havia parado de funcionar. A razão: falta de combustível. “Eu não tinha o que fazer, a não ser aconselhar a chamar o guincho e levar o carro para casa.”
SAIBA MAIS
Com a falta generalizada de combustível na cidade, muitos motoristas estão andando com níveis baixos no tanque. É importante manter uma margem de segurança, para evitar que o veículo pare no meio da rua.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informa que durante esse período conturbado os veículos que sofrerem pane seca não serão multados.
Nem mesmo as seguradoras têm conseguido atender os chamados causados por pane seca.
Normalmente as empresas levam um pouco de combustível até o veículo segurado. Podem também transportá-lo por meio de plataforma até um posto.
A Liberty Seguros orienta os clientes a encaminharem o carro a um “lugar seguro”. Eles podem utilizar os transportes oferecidos pela seguradora.
A empresa informa que, se o carro estiver na cidade de residência do segurado, será levado até o endereço indicado pelo cliente. Caso contrário, será encaminhado para pátios de parceiros locais, até que o abastecimento seja normalizado.
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MATEMÁTICA DO COMBUSTÍVEL
De acordo com o coordenador técnico do Cesvi Brasil, Gerson Burin, para evitar a pane seca o motorista precisa saber quantos litros correspondem à reserva do tanque. Essa informação consta no manual do carro.
Assim, quando a luz de advertência se acender no painel (com o desenho de uma bomba de combustível), é possível saber a quantidade aproximada de gasolina ou etanol restante.
Levando-se em conta o consumo do veículo, é possível estabelecer quanto ainda dá para rodar. Basta multiplicar a quantidade de litros da reserva pela média de consumo.
Por exemplo: um carro que tenha sete litros na reserva e rode 7 km/l de etanol pode, em tese, circular mais 49 km depois de a luz se acender. Automóveis com computador de bordo mostram a autonomia aproximada no painel.
PLANO B
Burin diz que, quando o sinal de advertência acende, é importante ter um plano “B”, referindo-se à possibilidade de ir para casa, por exemplo.
Ele aconselha o motorista a manter um pouco de combustível no tanque para poder chegar ao posto quando o abastecimento estiver normalizado. O especialista lembra que, com o nível muito baixo, o motor do carro pode falhar em aclives (por causa do deslocamento do combustível no tanque).
Além disso, a bomba de combustível pode queimar se não houver líquido no sistema. Em motores a diesel, a possibilidade de defeito é ainda maior. Se entrar ar na linha de combustível, o motor pode não pegar após o reabastecimento.
Venosa diz que em carros a diesel mais antigos é preciso fazer uma “sangria” (retirada do ar do sistema). Esse serviço deve ser realizado manualmente por um profissional.