Comprei meu Kwid em julho, na pré-venda, e recebi o carro em agosto. Soube que o modelo passa por recall em seus freios, devido a falhas que podem causar lesões graves aos ocupantes em caso de acidente. Liguei para a concessionária e a atendente disse que havia uma lista de espera de 40 veículos para fazer o reparo e, como a Renault estava demorando para enviar as peças, não havia previsão para a troca dos freios defeituosos. Para não correr riscos, vou deixar o carro em casa até ser chamado para o serviço e, depois, pedirei uma indenização na Justiça pelos prejuízos que terei sofrido ao não poder usar o carro.
Ivanildo Luiz de Pontes, PRAIA GRANDE (SP)
Renault responde: o veículo foi reparado e devolvido ao cliente em 5 de dezembro.
O leitor confirma a informação.
Advogado: o recall envolve defeitos que trazem risco à segurança dos consumidores. Por isso, veículos convocados não devem mesmo continuar rodando. Nesses casos, o consumidor que, acertadamente, deixar de utilizar o veículo até a realização do serviço tem o direito de exigir da montadora um carro reserva, ou o ressarcimento de gastos com locomoção no período.
Veja as outras reclamações publicadas na coluna Defenda-se desta semana
TOYOTA ETIOS
Dificuldades com o recall 2
Fui chamado para levar meu Etios 2015 a uma autorizada devido a um problema no air bag – segundo o aviso, “estilhaços da bolsa poderiam ferir o passageiro gravemente em uma colisão”. Levamos o veículo à Collection há quatro meses. Ali, desativaram o air bag, para evitar o risco de que fosse deflagrado em algum acidente, e pediram para aguardar 60 dias, quando chegaria uma nova peça. Até hoje a troca não foi feita. Compramos um veículo com um dispositivo de segurança importantíssimo, pagamos por ele e estamos desprotegidos há meses.
Luiz Antonio Pratali, SANTOS (SP)
Toyota responde: o veículo foi reparado em 16 de dezembro.
O leitor confirma a informação. Ele conta que foi informado pelo gerente de qualidade da Toyota que o número de carros a atender é grande e o fabricante dos air bags não consegue suprir a demanda. Por isso, o reparo demora.
Advogado: se deixar faltarem componentes já é uma violação à lei, a infração se torna mais grave em caso de recall, quando a segurança dos consumidores está em risco. O correto é reter o veículo até a chegada da peça e oferecer ao cliente um carro reserva ou ressarcir seus gastos com locomoção.
FORD RANGER
Acessório fora de linha
Comprei uma Ranger 2018, atraído pelo kit de luz branca que vi no site da Ford. Procurei a concessionária para instalar o item, mas disseram que ele não está mais disponível. No entanto, ele continua aparecendo na página da montadora. Inconformado, fiz dois contatos com a central da Ford e recebi a mesma informação. Argumentei que divulgar um acessório que não está sendo comercializado é uma prática de propaganda enganosa, vedada pela lei. Alegaram que não poderiam fazer nada além de remover o item do site. Trinta dias depois, porém, ele continua sendo oferecido como acessório para a Ranger. Vou denunciar a Ford ao Procon.
Misaki M. Lira, ESPERANTINA (PI)
Ford responde: o produto foi descontinuado devido à baixa procura. A Ford se reserva o direto de descontinuar qualquer produto sem aviso prévio, conforme mencionado em nosso site.
O leitor diz que ouviu da Ford a mesma resposta. Mas afirma que isso não justifica a persistência da divulgação do acessório, que, de acordo com ele, continua aparecendo como disponível, configurando propaganda enganosa.
Advogado: de fato, uma fabricante pode descontinuar a venda de qualquer produto. Mas, enquanto ele estiver sendo divulgado, a empresa tem a obrigação de oferecê-lo ao consumidor, sob o risco de incorrer em publicidade enganosa. Nesse caso, o consumidor pode obrigar a montadora judicialmente a cumprir o que foi anunciado.
Quer participar? Envie um resumo do seu problema para o e-mail jcarro@estadao.com. Não esqueça de informar seu nome completo, RG e CPF, endereço com município, telefones para contato e, se possível, números da placa e do chassi do veículo