Algo estranho ocorre quando aciono o ar-condicionado de meu sedã Etios, desde o primeiro mês de uso. A ventoinha do radiador passa a ligar e a desligar sozinha, a cada 20 segundos, o compressor do sistema estala e a rotação do motor passa a oscilar bruscamente, entre 500 e 1.000 rpm. Às vezes, o carro fica fraco e “morre”. Já reclamei três vezes à concessionária e alegaram que essa era uma característica do veículo, mas temos outro exemplar idêntico sem esses problemas. Na terceira visita, aos três meses de uso, diagnosticaram uma possível falha no sensor de temperatura, mas devolveram o carro no mesmo estado. Pedi explicações à Toyota, mas não houve uma solução.
Adolfo Nascimento da Silva, ARUJÁ (SP)
Toyota responde: prestamos os esclarecimentos ao cliente.
O leitor diz que o teor do novo contato foi apenas no sentido de reiterar que as características descritas fariam parte do funcionamento normal do veículo. Ele não ficou convencido.
Advogado: se a empresa insiste em alegar que não há defeito, o consumidor pode demonstrar o contrário, por meio de um laudo emitido por especialista, e exigir judicialmente a troca do veículo, mais o ressarcimento dos danos sofridos. Isso porque a persistência do defeito frustra a expectativa quanto à qualidade do produto novo.
Veja outras reclamações publicadas na coluna Defenda-se desta semana
YAMAHA S. TÉNÉRÉ
Troca das peças não foi suficiente
Perdi minha Super Ténéré em um assalto e comprei outra. A nova moto veio com uma série de problemas: mapeamento alterado, manchas no guidom, bocal do tanque oxidado, ruído nas bengalas na compressão e barulhos no eixo cardã nas variações de aceleração. A concessionária reconheceu os problemas na revisão e se dispôs a trocar apenas as peças danificadas (guidom, tanque e bengala). Entendo, porém, que os componentes não substituídos, expostos às mesmas condições, ficaram com sua vida útil comprometida. Perdi a confiança na moto e quero receber da Yamaha outro exemplar em perfeitas condições.
Paulo Goffi, CAPITAL
Yamaha responde: todos os itens avariados foram substituídos em garantia e no prazo legal. Com isso, a motocicleta está de acordo com as especificações da fabricante e mantendo todas as suas características originais.
O leitor confirma a troca das peças, mas reitera que, mesmo com essa providência, a moto não ficou em estado de nova, pois outros componentes expostos às mesmas condições não foram trocados, e isso poderia comprometer a qualidade do veículo a longo prazo.
Advogado: a troca de todos os componentes que efetivamente estejam comprometidos deve ser feita sem ônus para o consumidor. Afinal, o bem de consumo defeituoso não pode ser reparado apenas parcialmente. Para haver reparo e substituição, porém, os defeitos devem ser reais e não hipotéticos.
BMW R1200RT
Pane na buzina e garantia negada
Sou dono de uma moto BMW R 1200 RT ano 2011, com menos de 3.000 km rodados, e fiquei impedido de usá-la por algum tempo por causa de uma cirurgia. Quando voltei a pegá-la, notei que a buzina não estava funcionando. A autorizada diagnosticou defeito no punho que aciona a buzina e pediu à BMW a troca da peça em garantia. Mas a marca recusou, sob a alegação de que eu não havia feito a terceira revisão. Ora, fiz as duas primeiras inspeções dentro do prazo, apesar da baixa quilometragem, e só deixei de fazer a terceira pois a moto estava parada, devido ao meu estado de saúde. A falta de revisão não tem relação com o defeito, até porque a moto ficou guardada todo esse tempo. E a buzina é um item de segurança, cuja falta me impede de utilizar o produto. Quero que a troca da peça seja feita em garantia.
Didio Kozlowski, CAPITAL
BMW responde: o cliente está sendo atendido e terá todas as questões relatadas resolvidas.
O leitor confirma que a BMW fez os reparos em garantia.
Advogado: para recusar o atendimento em garantia, a empresa teria de provar que o defeito apontado resultou diretamente da falta de revisão. Sem isso, a negativa do reparo sem ônus é abusiva.
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