Ele tem disco, tambor e cuíca. Mas, ao contrário dos instrumentos de uma banda musical, não faz barulho. Pelo contrário: se emitir ruídos, é mau sinal. Portanto, cuidado com o breque!
Os freios executam função vital para a segurança. Uma falha pode resultar em acidente. Então, a manutenção preventiva é o melhor remédio.
O mecânico Pedro Luiz Scopino, da Auto Mecânica Scopino (3955-2086), na zona norte, recomenda revisão do sistema a cada 10 mil km. Segundo ele, a troca de pastilhas e discos deve ser feita entre 15 mil e 30 mil km. Nesse caso, o fator determinante é o estado (espessura) das pastilhas. Como a frenagem se dá pelo atrito delas contra os discos, há um desgaste natural do conjunto.
Embora a pastilha (feita de material abrasivo) acabe antes dos discos, Scopino afirma que a cada troca eles também devem ser substituídos. “Dependendo da espessura, é possível retificar (os discos). Se ela estiver no limite mínimo, é preciso trocar a peça.”
Pastilhas tendem a riscar os discos, o que diminuiria a área de contato com as novas peças, prejudicando a frenagem. A retificação nivela novamente a superfície, eliminando sulcos.
Além da quilometragem, o motorista deve ficar atento a outros sinais que podem indicar falhas. Um deles é a luz do painel. “Ela avisa se o freio de mão está puxado e se o nível de fluido está baixo”, diz. “Porém, não se deve completar o nível sem saber a razão”, diz o mecânico. Isso porque, se não houve vazamento, o motivo podem ser pastilhas gastas: “Se completar o reservatório de fluido, o problema persiste, porque as pastilhas estão no fim”, alerta.
Outro sintoma é o ruído. Ele pode ser causado por sensores de desgaste ou por algum problema de assentamento. Já variação da altura do pedal ou vibrações podem indicar problemas no fluido ou empenamento de discos.
Fluido. Scopino recomenda a troca do fluido a cada dois anos, porque ele tende a perder eficiência com o tempo. Quanto aos tambores (normalmente presentes na traseira dos veículos mais simples), eles só requerem manutenção (troca de lona ou retífica) a cada duas ou três substituições de pastilhas dianteiras.
Isso porque a maior parte do esforço de frenagem se concentra no eixo dianteiro (por causa da transferência de peso em desacelerações).
De acordo com Scopino, a troca de pastilhas e discos em um carro 1.0 custa cerca de R$ 320, ou R$ 220 em caso de retífica dos discos. Para veículos mais caros, com discos ventilados e pastilhas com sensores, a variação é grande: pode custar a partir de R$ 400 (com retífica) e chegar a R$ 1.000, com troca.