Meu carro rodou apenas 13 mil km e passou por todas as revisões, e as embreagens do câmbio automatizado já foram contaminadas pelo fluido de transmissão, conforme constatou a autorizada Caoa. As peças foram pedidas à Ford há mais de um mês, mas não há previsão de chegada, a despeito de meus contatos constantes com a central de atendimento da montadora. Enquanto isso, o veículo trepida muito. A Ford não iniciou o recall prometido nem mesmo confirmou a extensão de garantia do meu carro. Quando reclamei ao Procon, a montadora respondeu ao órgão que todos os veículos afetados já foram reparados, mas isso é mentira! A concessionária diz que não recebe embreagens novas da fábrica desde o ano passado.
Gabriela Monteiro, CAPITAL
Ford responde: a questão foi resolvida.
A leitora confirma que o reparo foi feito sem ônus.
Advogado: o consumidor não é obrigado a usar veículo que apresenta mau funcionamento, inclusive com risco à sua segurança. O reparo deve ser feito em no máximo 30 dias, sob pena de troca do carro ou cancelamento do negócio, com a devolução do valor pago, acrescido de atualização monetária. A falta de peças é falha de responsabilidade da empresa e não a exime de obedecer ao prazo legal.
Veja outros casos publicados nesta semana na coluna Defenda-se
CITROËN C4
Manutenção com preço salgado
Meu C4 é um belo carro, mas, a cada revisão, eu me frustro com a Citroën. Paguei R$ 1.200 pela revisão dos 20 mil km. Aos 26.300 km, tive de pagar por outra inspeção, pois havia se passado um ano da anterior. Quiseram cobrar R$ 1.955 e, após muita discussão, consegui pagar R$ 1.200, sendo que, só pelo líquido do radiador e fluido do freio, o custo foi de R$ 500. Para repor uma lâmpada do farol queimada, pediram mais R$ 42, mas recusei. Com esse pós-venda e uma manutenção tão cara, os carros da Citroën perdem valor de mercado e a imagem da marca fica prejudicada.
Luiz Carlos Barbosa Filho, CAPITAL
Citroën responde: foi cobrado o preço padrão pela revisão periódica, acrescido dos valores do aditivo do radiador e fluido de freio, cuja troca foi necessária, e que devem ser pagos pelo proprietário, nos termos do manual de garantia e manutenção do veículo, página 3. Após esclarecimentos, o leitor concordou com a execução do serviço.
O leitor diz que fez a segunda revisão 15 dias após o término do prazo e, para não cancelar a garantia do veículo, a concessionária o forçou a pagar por uma “revisão premium”. Ainda segundo o leitor, o procedimento incluiria a mesma troca de óleo e fluidos da revisão básica, mas por preço quase três vezes maior. Ele conseguiu a redução para R$ 1.200 e, quando viu que a troca da lâmpada não estava incluída, optou por comprar a peça no mercado paralelo.
Advogado: sem uma justificativa convincente para cobrar um valor maior pelos mesmos procedimentos, como alega o leitor, a concessionária deve lhe devolver a diferença paga a mais. Os valores habitualmente cobrados pelo mercado são uma boa referência nesse caso.
MAPFRE
Reparo demorado após colisão
Meu carro sofreu uma colisão e acionei a seguradora Mapfre. Ela levou cinco dias para autorizar os reparos e, em vez de permitir que a oficina comprasse as peças, impôs que ela mesma buscaria os componentes no mercado. Já estou há 20 dias sem carro, meu contrato concede apenas 10 dias de veículo reserva, e não tenho previsão de quando essa situação chegará ao fim.
Luiz Eduardo Parreiras Tálamo, BELO HORIZONTE (MG)
Mapfre responde: o veículo já foi reparado e devolvido.
O leitor diz que recebeu o carro após 47 dias. Ele acrescenta que, segundo a oficina, os reparos poderiam ter sido feitos em poucos dias, mas a demora na compra das peças pela seguradora atrasou muito o processo.
Advogado: a seguradora deve ressarcir os prejuízos causados pelo atraso no reparo do veículo segurado, especialmente as despesas com locomoção do segurado, que contrata a empresa para ser socorrido com presteza em uma eventualidade.
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