Fui a uma autorizada Ford para fazer a revisão de 20 mil km do Ka da minha esposa. Para o modelo 1.0 2017, o serviço custa R$ 344. Para o 2016, o valor sobe para R$ 588. Nos dois casos são feitos os mesmos procedimentos (troca de óleo do motor, do fluido de freio e dos filtros de óleo, de combustível e do ar-condicionado) e não houve nenhuma alteração no modelo de um ano para outro que justificasse tal diferença. Além disso, como a substituição do fluido do freio e do filtro de ar-condicionado só são necessárias em casos específicas, entendo que a realização automática dos dois serviços é abusiva. Questionei o consultor da Ford, que me deu razão e ainda revelou que nenhuma autorizada efetivamente substitui o fluido do freio – o máximo que fazem é completar o nível do líquido, o que é raro nessa quilometragem. Ou seja, ele reconheceu que a rede Ford cobra por algo que não faz. Depois, liguei duas vezes na central de atendimento Ford e questionei a diferença nos preços das revisões do Ka 2016 e 2017. Ninguém me deu uma explicação.
Eduardo Córdoba, RIBEIRÃO PRETO (SP)
Ford responde: a questão foi esclarecida.
O leitor diz que a Ford não o procurou, nem prestou qualquer esclarecimento sobre as questões levantadas na queixa.
Advogado: montadora e concessionária têm a obrigação de esclarecer as dúvidas do consumidor, em razão do princípio da informação. As duas empresas devem justificar a necessidade de troca de qualquer componente cujo valor seja cobrado do cliente, além de explicar os motivos para cobrança de valores diferentes pela revisão de veículos iguais.
Veja outras reclamações publicadas na coluna Defenda-se desta semana
HONDA CITY
Barulhos persistentes 1
Meu sedã City está novamente com problemas de barulho no painel. Há cinco meses foram feitos reparos no veículo, mas os ruídos voltaram. Sofro com esse inconveniente há um ano e meio e a Honda não consegue resolver o problema.
Felipe Ricardo Poznicov, ANGATUBA (SP)
Honda responde: o veículo foi reparado e entregue ao leitor.
O leitor confirma que o carro foi reparado, mas queixa-se de ter tido despesas com deslocamentos até a autorizada, que fica a 50 km de sua casa. Ele alega que o carro voltou a apresentar ruídos.
Advogado: como a volta do carro à oficina por causa do mesmo defeito ocorreu por falha da montadora, que foi incapaz de fazer um reparo definitivo da primeira vez, a empresa deve ressarcir os gastos de transporte do leitor.
VW JETTA
Barulhos persistentes 2
Meu Jetta comprado novo começou a apresentar fortes ruídos em diversos componentes, como rodas, encosto do banco do motorista, cinto de segurança e freios. Em pouco mais de um ano, tive de voltar 15 vezes à autorizada para trocar as peças afetadas. Diante de tantos defeitos, solicitei a troca do sedã por outro novo e a Volkswagen enviou um técnico da fábrica à autorizada para avaliar o carro e meu pedido. Depois que fiz uma queixa ao Procon, porém, a empresa negou a troca do carro. Entrei com uma ação judicial contra a VW e quero deixar registrada minha indignação, para servir de alerta a outros leitores.
Thiago Cardoso Brisola Queiroz, TATUÍ (SP)
VW responde: analisamos o histórico do atendimento prestado ao veículo, que se encontra em condições normais de uso. O caso tramita judicialmente.
O leitor diz que os barulhos persistem. Ele pede na Justiça a troca do veículo e uma reparação por danos morais.
Advogado: quando o veículo novo é entregue com diversos defeitos de origem, que persistem sem solução definitiva após reiteradas queixas do consumidor, o caso não é mais de reparo, e sim de troca. O fornecedor do produto não pode submeter o cliente a idas e vindas sem fim, como nesse caso, em que o leitor esteve 15 vezes na oficina no intervalo de um ano.
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