A Toyota anunciou, em abril de 2017, um recall para substituição do air bag do passageiro do Corolla. Tentei fazer a troca da bolsa inflável, mas a concessionária informou que não possui a peça em estoque. Tudo o que fizeram foi extrair o air bag do carro e colocar um adesivo com a informação de que esse item estava inativo e que deveria ser usado apenas o cinto de segurança (um aviso redundante, já que utilizar esse equipamento de segurança é obrigatório no Brasil).
Na prática, estou circulando há meses com um carro que apresenta defeito de fábrica. Paguei caro por um veículo com air bag e sou obrigado a continuar circulando sem esse sistema, assumindo os riscos que um acidente pode trazer. O mínimo que espero é receber um carro reserva com todos os itens de segurança pelos quais paguei um valor elevado.
Jairo de Jesus Llerena, CAPITAL
Toyota responde: o veículo foi reparado no dia 24 de fevereiro de 2018.
O leitor confirma a informação.
Advogado: o recall envolve defeitos que ameaçam a segurança do consumidor. Assim, quando a montadora não tem as peças necessárias para o reparo, deve reter o carro do consumidor e lhe oferecer um carro reserva equivalente até que possa concluir o serviço objeto da convocação.
Veja outras reclamações publicadas na coluna Defenda-se desta semana:
JEEP COMPASS
Bateria com durabilidade curta
Comprei um Compass zero-km em janeiro de 2017. No dia 19 de fevereiro de 2018, o carro apresentou uma pane e foi rebocado para a concessionária Soma, em Sorocaba. Na autorizada constataram que a bateria havia pifado. Disseram que o componente estava fora da garantia, de apenas um ano, e cobraram R$ 980 por uma nova. Como pode uma peça original durar tão pouco e ter garantia tão curta?
Antonio Julião Bezerra Damasio, ITAPETININGA (SP)
FCA responde: o veículo do consumidor foi reparado e entregue em perfeitas condições.
O leitor diz que a bateria foi trocada sem ônus, mesmo após o fim do período de um ano de garantia da peça.
Advogado: o que cumpre saber é se os danos à bateria ocorreram antes do seu prazo normal de durabilidade. Em caso positivo, a troca sem ônus é a solução correta, pois a empresa responde pela qualidade do produto durante o tempo de vida útil de seus componentes, mesmo após o fim da garantia contratual.
AUDI A4
Consumo de óleo excessivo
Meu Audi A4 ano 2010, que passou por todas as revisões, gasta um litro de óleo a cada mil km. O consumo excessivo de lubrificante é comum em vários carros da marca com esse motor feitos entre 2009 e 2011. Inclusive, montei um dossiê com relatos de mecânicos confirmando isso. Desde maio de 2017, venho tentando fazer a Audi arcar com o reparo desse defeito. Já levei o carro cinco vezes à concessionária, que pôde constatar o problema. No dia 6 de fevereiro de 2018, a central de relacionamento da montadora prometeu uma solução para o dia seguinte, mas até hoje isso não ocorreu.
Olavo Rodrigues de Aguiar Filho, CAPITAL
Audi responde: será necessário desmontar o motor para descobrir a origem do problema. Como ainda não sabemos qual foi o agente causador, independentemente do diagnóstico, propusemos que o cliente pague apenas a mão de obra do serviço, ficando os demais custos por conta da Audi. Reiteramos que o plano de manutenção em dia é essencial para a conservação e o bom funcionamento do veículo, o que não foi constatado no manual do proprietário.
O leitor diz que algumas revisões foram feitas em intervalo maior que o prescrito pela fabricante. Ele diz que a Audi está apurando se o defeito foi causado por mau uso ou desgaste natural. Se tiver ocorrido uma dessas hipóteses, ele arcará com a mão de obra. Caso contrário, a Audi arcará com o ônus total.
Advogado: a recusa de reparo sem ônus em razão da falta de revisões só é possível se a empresa provar que o problema poderia ter sido evitado com a manutenção correta. Mau uso ou desgaste natural desobrigam a empresa de arcar com o reparo, desde que essas circunstâncias não sejam apenas alegadas, mas sim comprovadas.
BÔNUS: Os carros mais caros de consertar do Brasil: