Recebi pelo correio duas convocações da Toyota para troca do air bag dianteiro do meu Corolla. Diante da gravidade do problema e da extensa cobertura do caso pela imprensa, pensei que conseguiria agendar a substituição do item com facilidade, mas me enganei. Depois de várias tentativas frustradas, ouvi da funcionária da Collection, uma das dez maiores concessionárias da marca na capital, que a montadora havia fornecido apenas dez peças para a autorizada. Além de vender carros com defeito, a Toyota não tem competência para corrigir a problema, que passa a ser do cliente.
Ilka M. P. Cordeiro, Capital
Toyota responde: os serviços foram feitos e a cliente recebeu os esclarecimentos necessários.
A leitora confirma e diz que o serviço foi feito logo após o envio da queixa ao jornal.
Advogado: a lei obriga a montadora a fazer recall sempre que o defeito do produto possa ameaçar a segurança do consumidor. Nesses casos, é inaceitável que a empresa não disponha, prontamente, de peças para solucionar o problema que motivou a convocação. Casos como este devem ser levados ao conhecimento dos órgãos públicos de defesa do consumidor ou do Ministério Público.
Leia outros casos da coluna “Defenda-se”:
Mini Cooper
Conserto incompleto
Há pouco mais de dois meses, meu carro sofreu uma colisão. O seguro do motorista culpado autorizou o conserto no dia seguinte. Deixei o veículo na autorizada pela primeira vez por uma semana e tive de retirá-lo sem que o serviço tenha sido realizado, pois haviam entregue a peça errada à oficina. Quando deixei o carro pela segunda vez, a história se repetiu. Na terceira ida à oficina, o veículo ficou parado por 14 dias. A lateral foi consertada, mas ficou faltando o friso do para-lama. Prometeram entregar a peça em até dez dias, mas um mês já se passou e meu carro ainda não foi completamente reparado. Ter ficado vários dias sem o veículo me causou transtornos, tive de usar táxi e carona e, mesmo acionando a central de atendimento da marca, não recebo nenhum tipo de atenção.
Renato Calabró Calheiros, Capital
Mini responde: não há registro de reclamações do consumidor em nossa central. O carro passou por revisão e o cliente foi informado sobre a necessidade de abrir a lateral do veículo para analisar o friso. Porém, ele desistiu do serviço, alegando que não queria deixar o carro imobilizado na concessionária.
O leitor diz que recebeu o carro com o reparo incompleto e teve de ir a outra autorizada para finalizar o serviço.
Advogado: quando o consumidor deixa o carro na oficina, tem direito de ser corretamente informado sobre os serviços que serão feitos, além da previsão de entrega. Ele não pode ser penalizado por eventual falta de peças, que representa uma infração da lei por parte da montadora. Nesses casos, a empresa deve responder por todos os prejuízos causados pelo atraso na entrega do veículo.
VW Fox
Carro parado por falta de peças
Meu Fox apresentou um problema no miolo da ignição e deu entrada na concessionária para reparo em garantia. Já se passaram 21 dias e o gerente da autorizada diz que não há previsão para a chegada da peça. Dependo do carro para trabalhar e estou a pé. Chegaram a me oferecer um veículo alugado, mas era de categoria inferior à do meu e, como eu teria de arcar com todos os custos envolvidos, não concordei. Estou indignado com a falta de respeito da concessionária e da montadora.
Luiz Carlos Fernandes Ribeiro, Capital
VW responde: o veículo foi reparado e entregue ao cliente em condições normais de uso.
O leitor confirma a informação. Ele diz que ficou tão desgostoso com o mau atendimento da marca que vendeu o carro logo após o incidente.
Advogado: a montadora deve manter o mercado abastecido com peças de reposição. Portanto, quando ocorre atraso no reparo do carro devido à falta de componente, a empresa tem o dever de reparar os danos causados ao consumidor, incluindo gastos com locomoção e outros prejuízos, desde que comprovados.