Meu Sentra tem 11 mil km rodados e o mesmo problema de ruído na suspensão que já foi objeto de outras reclamações à coluna Defenda-se. Após duas visitas à concessionária e a troca de três amortecedores (só faltou o dianteiro esquerdo), o barulho continua. Fiz contato com outros proprietários, li diversas queixas na mídia e creio que um grande lote do sedã saiu com o mesmo defeito da fábrica. Quando compramos um carro novo, imaginamos que iremos passar um longo período sem ter dor de cabeça. Não foi o que aconteceu comigo, já que estou tendo de perder tempo com idas à oficina e reparos de emergência. Quem vai pagar pelos meus prejuízos? Por que a Nissan não faz um chamado público para resolver o problema?
José Augusto Weber, CAMPO LARGO (PR)
Nissan responde: solucionamos os inconvenientes reportados.
O leitor diz que o barulho foi eliminado após a troca do quarto amortecedor, em garantia.
Advogado: o consumidor não pode se sujeitar a sucessivas idas e vindas para ver o problema do veículo resolvido. O conserto sem ônus deveria ter sido feito em até 30 dias, contados da data de registro da primeira reclamação.
Confira outras queixas publicadas na coluna Defenda-se de hoje
VW TIGUAN
Rompimento do diferencial
Durante uma viagem, as rodas traseiras do meu Tiguan 2011/2012 travaram sem motivo aparente e o carro se arrastou por vários metros. Por sorte, estava em um trecho reto da rodovia e consegui levar o veículo ao acostamento. Na autorizada, disseram que o diferencial traseiro havia se rompido. Estranhei, pois considero essa avaria incomum para um veículo com 70 mil km rodados, e meu carro havia sido revisado em duas concessionárias diferentes nos dez dias que antecederam a viagem. A oficina me apresentou um orçamento de R$ 50 mil e a fábrica negou o reparo em cortesia, pois a garantia havia expirado. Mesmo assim, eu esperava que a VW reconhecesse que essa foi uma falha atípica e que pôs minha vida em risco, fizesse o reparo sem ônus, vistoriasse a peça defeituosa, anunciasse um recall e ainda me pedisse desculpas. Estou decepcionado e espero que meu caso sirva de alerta.
Frederico O. Castro, ARAXÁ (MG)
VW responde: o veículo foi submetido aos reparos necessários.
O leitor confirma que o carro foi reparado em garantia.
Advogado: após o fim da garantia contratual, a marca continua respondendo pela qualidade do produto no período de durabilidade de suas peças, por força da chamada garantia legal. No caso do leitor, se a avaria no diferencial for mesmo incompatível com a quilometragem rodada do veículo, o reparo gratuito torna-se exigível, salvo em caso de comprovado mau uso pelo consumidor.
FORD ECOSPORT
Problemas no câmbio
Meu EcoSport comprado zero-km está com 30 mil km e ainda no período de garantia. Nas últimas três revisões, reclamei de uma falha grave no câmbio automatizado, que reduz a potência do motor e já me deixou na mão em um cruzamento, em que poderia ter sofrido um acidente. Além disso, quando ocorre esse problema, a marcha à ré não entra. Em todas as visitas à concessionária, dizem que o defeito foi solucionado, mas não é verdade. Queixei-me ao gerente da oficina, que contou que outros clientes estão na mesma situação. Não tive mais retorno da Ford e tanto o defeito quanto a minha indignação persistem.
Sandra Yara Chechter, CAPITAL
Ford responde: a questão foi solucionada.
A leitora diz que teve de voltar uma quarta vez à concessionária e só foi atendida porque a marcha à ré enguiçou dentro da oficina. Ela conta que o reparo foi feito sem ônus, mas a má experiência com o pós-venda a fez vender o carro e deixar a marca.
Advogado: o consumidor não é obrigado a voltar mais de uma vez à autorizada para realizar o reparo do mesmo defeito. O prazo de 30 dias dado pela lei à montadora pressupõe que a empresa fará um conserto definitivo. Se isso não ocorrer, ele pode pleitear a troca do veículo. O cliente não pode viver em eterna insegurança quanto à qualidade do produto.
Quer participar? Envie um resumo do problema com seu nome, telefone, endereço com município, RG e CPF para o e-mail: jcarro@estadao.com