Depois do primeiro contato, vem o atrito. É assim, de forma bem resumida, que o pistão se relaciona de forma nada amistosa com o cilindro da câmara de combustão do motor das motocicletas. Nessa ação e reação da engenharia, quem faz o papel conciliador é o lubrificante. Se não for trocado na hora certa e conforme a especificação, peças podem quebrar. Nesse caso, a única solução é a retífica.
E não é só isso: mesmo nos motores pequenos, de 125 cm3 a 300 cm3, em que a refrigeração é feita por ar, o óleo ajuda a deixar o propulsor mais fresquinho e a trabalhar melhor.
Aliás, o lubrificante é ainda mais importante em motores de motos do que no de carros. Como trabalham em rotação muito elevada, para atingirem a potência e o torque máximos, geram mais atrito.
O manual do proprietário determina as regras do jogo. Especificações de qual lubrificante usar e prazos de troca estão lá, gravados na tinta da razão. Mas cuidados simples ajudam a reduzir o nível de desgaste.
Motos que andem pequenas distâncias e fiquem paradas por longos períodos, como as de quem mora perto do trabalho, costumam sofrer mais com a falta de lubrificação, pois nem sempre o motor chega a atingir a temperatura ideal. Nesse caso, a recomendação é deixar o motor ligado por um tempo antes de acelerar, para que o óleo circule e banhe todo o conjunto mecânico.
Baseado no mesmo princípio, não se deve sair acelerando tudo nos primeiros minutos de uso da moto que ficou mais de duas horas parada. Isso tem a ver com a viscosidade do óleo. Quanto mais frio, mais grosso ele fica e circula de forma mais lenta e com mais pressão lateral nos pistões.
Ao ser aquecido, o lubrificante atinge a viscosidade ideal, protege todas as peças e deixa o vai e vem do pistão mais natural. Por outro lado, se esquentar demais o óleo fica muito fino, perde parte de seu poder de lubrificação e não cria a película que protege as partes metálicas do atrito.
OLHO NA VALIDADE
Outro aspecto importante, que não deve ser negligenciado em hipótese alguma, é o prazo de validade do produto. Após sair da embalagem, o óleo dura apenas seis meses. Então, não se deve ficar guardando o lubrificante por muito tempo, já que foi feito para ficar dentro do motor, e não em um cantinho da garagem.
Os seis meses valem também para as motos que ficam paradas por muito tempo e as que são utilizadas apenas em viagens. Se o modelo ficou um semestre ou mais sem ser usado, por exemplo, o ideal é substituir o óleo do motor para evitar problemas.