Eu e minha esposa temos uma Volkswagen Amarok e um Audi Q3 que usamos pouco. A VW me obriga a levar a picape para uma nova revisão a cada seis meses, sob pena de cancelamento da garantia. Como só rodo com ela em viagens, na prática estou sendo obrigado a pagar por trocas de óleos e filtros a cada 2.500 km, em média, quando vence o prazo das inspeções. Com 10 mil km rodados, o carro já está passando pela quarta revisão. Outras marcas pedem revisões anuais e algumas só exigem a primeira com 15 mil km. O pior é que os preços cobrados pela VW são muito mais altos que os do mercado – R$ 1.600 por uma troca de óleo. Tenho de me sujeitar a esse absurdo?
Mauricio Gamba Natel, CAPITAL
VW responde: entramos em contato com o cliente e prestamos todos os esclarecimentos sobre o funcionamento do veículo.
O leitor conta que, ao ser procurado por um funcionário da VW, ouviu como justificativa para as revisões semestrais o fato de que a tecnologia da marca é alemã. Ele não se convenceu e argumenta que marcas como Porsche e Honda preveem inspeções anuais nos produtos vendidos no Brasil
Advogado:o fato de conceder garantia contratual não autoriza a empresa a cobrar valores exorbitantes pelas revisões. Se provocados pelo leitor, órgãos como a Senacon podem solicitar que a montadora comprove a necessidade técnica das inspeções programadas. Além disso, mesmo em caso de cancelamento da garantia contratual, a empresa responde pela qualidade do produto durante o tempo de duração de seus componentes, fazendo os reparos correspondentes sem ônus.
Confira as outras reclamações publicadas na coluna Defenda-se desta semana
CHERY CELER
Carro paradopor falta de peças
Com 6.500 km rodados, o Chery do meu pai teve uma pane e foi guinchado à concessionária, que constatou defeito no módulo da injeção de combustível. Pediram uma semana de prazo para trocar a peça em garantia, mas já se passaram mais de dois meses e não recebemos o carro de volta até agora. Fiz vários contatos com a autorizada e a central de atendimento da montadora, e uma põe a culpa na outra. Por causa disso não estamos conseguindo levar ao médico nem minha irmã com síndrome de Down nem meus pais, que são idosos.
Chery responde:o veículo já foi reparado e devolvido ao cliente.
O leitor confirma a informação, mas diz que o carro voltou a apresentar problemas no módulo eletrônico de injeção – quando ele tira o pé do acelerador, o giro do motor demora a cair.
Emerson Pinheiro Gallo, CAPITAL
Advogado:falta de peça de reposição não isenta a empresa do dever de reparar o veículo em, no máximo, 30 dias. Na falta do reparo, após esse prazo o consumidor ganha o direito à troca do veículo.
FORD FIESTA
Trepidaçãono câmbio
A partir do terceiro mês de uso, o câmbio automatizado Powershift do meu Fiesta passou a apresentar intensa trepidação desde o ponto morto até a quarta marcha. Na primeira revisão, com 8 mil km, foi feita a substituição da embreagem, mas, para minha surpresa, o problema reapareceu. Desde então, o sistema já foi trocado mais duas vezes, sendo que em uma delas fiquei 26 dias sem o carro. Mas a trepidação sempre volta. Deixei o carro na autorizada há cinco meses para a revisão, novamente queixando-me do problema. Prometeram uma solução em 30 dias e prometeram prioridade no atendimento, mas nada foi feito. Não posso nem mesmo me livrar desse carro, que está depreciado por causa do defeito. Tenho um “mico” na mão.
Marcos Ferreira de Mendonça, CAPITAL
Ford responde: caso resolvido.
O leitor confirma a informação.
Advogado: o prazo máximo que a empresa tem para reparar o produto defeituoso é de 30 dias. Quando o problema reaparece após o reparo, então o caso é de troca do veículo. O consumidor não pode ficar à mercê da montadora, sujeito a idas e vindas sem fim
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