Blog do Boris

Não acredite nas mentiras que circulam na internet

Lendas sobre automóvel sempre existiram. Mas, com a internet, multiplicaram-se

Boris Feldman

18 de set, 2017 · 6 minutos de leitura.

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Desconfie sempre
Crédito: Quando a promessa é grande o melhor é desconfiar

Reserva – Corre na internet que não se deve usar o combustível até a reserva do tanque, pois corre-se o risco de queimar a bomba elétrica, que seria refrigerada pela gasolina (ou etanol) onde está imersa. Conversa para boi dormir: o que refrigera a bomba é o combustível que passa dentro dela, não o que está em sua volta, no tanque.

Calibragem do pneu – Não acredite em aumentar a pressão dos pneus para reduzir consumo de combustível. Até que reduz, mas o excesso na calibragem torna o carro duro, força os componentes da suspensão e… reduz a vida útil do pneu. Por outro lado, tem a versão contrária: reduzir a pressão recomendada para deixar o carro mais confortável. Deixa mesmo, mas o carro perde estabilidade, além de aumentar o espaço de frenagem e o desgaste do pneu.

Oito anos – Diante da preocupação do comprador, o vendedor insiste, ao vender um carro que já deixou de ser fabricado ou importado, na lei que exige a permanência de peças de reposição no mercado por oito anos. Mentira: não tem lei nenhuma, nem prazo nenhum. As lojas só oferecem peças para modelos que justifiquem mantê-las nas prateleiras. Se não há demanda, não há oferta…

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Supermercado – “Cuidado com pneus oferecidos nos supermercados. São baratos, pois foram refugados pelo controle de qualidade do fabricante”. Besteira: custam menos porque não exigem investimento em propaganda, promoções nem marketing. Às vezes, a fábrica até produz o mesmo pneu, porém com outra marca, só para justificar o preço inferior. Em relação aos pneus, há o boato de que, se tiverem uma listras coloridas na banda de rodagem, é porque foram rejeitados pela fábrica. Besteira: as faixinhas coloridas apenas indicam para qual mercado foi produzido.

Termostática – “Essa válvula foi projetada para carros que rodam na Europa. Aqui no Brasil ela é inútil e só serve para fazer a água ferver”. E, diante deste “sábio” raciocínio, o mecânico joga a válvula termostática no lixo. E o carro para mesmo de ferver, pois a válvula estava defeituosa. Mas deveria ser substituída, pois é fundamental para manter o motor funcionando na temperatura correta.


Aditivo – Já teve até publicidade na televisão: uma Brasilia abastece com gasolina aditivada e sai do posto ultrapassando uma Ferrari. Não existe mágica: aditivos são importantes para manter a limpeza interna dos motores, mas não geram potência adicional.

Consumo – O carro é novo, ainda não rodou 1.000 km, mas o consumo de combustível está elevado. Ou de óleo do motor. Na oficina da concessionária, o dono do carro é “informado” de que o nível da vareta de óleo baixou mais que o previsto porque o motor ainda está novo e ainda não foi “amaciado”, o que só ocorreria depois dos 5.000 km rodados. E o mesmo em relação ao excesso de combustível. Realmente, depois de quatro a 5.000 km, as peças do motor se ajustam e pode haver uma redução nos dois consumos. Mas nada superior a 5% ou 10%. Se o carro só faz 5 km por litro de gasolina quando novo, não vai passar a 8 ou 9 km/l depois de “amaciado”.

Dr” Frentista – São extremamente solícitos quando você para no posto para abastecer. E ainda verificam o nível do óleo do motor, argumentando (com uma gotinha entre os dedos) de que a viscosidade “já era”. Ou que está preto demais, sempre insistindo na troca do óleo. Que só se faz de acordo com o manual, não segundo a opinião do frentista…


Carteira – Vencida a carteira de habilitação, se o motorista não renová-la em trinta dias, perde seu histórico e tem que entrar novamente em todo o processo do Detran. Lenda: é o contrário, pois o motorista tem exatamente trinta dias para renová-la. Porém, se não o fizer, basta pagar a multa e realizar o exame solicitado pelo Detran.

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