O futuro será desafiador para a indústria automobilística. De um lado, sai de cena o fetiche do carro como símbolo de ascensão social, que é preciso possuir. De outro, o que passa a valer são soluções de mobilidade, com Uber e afins, compartilhamento… e menos consumidores. Se não vão desaparecer completamente, os atuais carros com motores a combustão perderão muito espaço para os modelos elétricos. Que demandarão grandes investimentos em tecnologia por parte das montadoras.
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A Mercedes-Benz sabe de tudo isso. Para ter o fôlego necessário, ela precisa ser mais eficiente em seus processos produtivos. De acordo com o novo diretor da Daimler AG (empresa controla a montadora), Ola Källenius, a Mercedes está preparando um sensível corte em seus custos.
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Em conversa com a Automotive News Europe durante o Salão de Xangai, na China, o executivo disse que a meta da alemã é obter uma economia de US$ 6,75 bilhões até 2021. Trata-se de um volume expressivo (são R$ 31 bilhões!) em um prazo pequeno: um ano e meio.
Tecnologia permitirá ampliar leque de modelos
Ainda não foi traçado um plano concreto para atingir esse objetivo. Mas a marca já sabe que não pretende enxugar sua gama, que hoje tem mais de 40 modelos e submodelos. Källenius pretende justamente o contrário. Ele acha que a expansão da eletrificação vai levar a um aumento no número de modelos. Afinal, o compartilhamento de plataformas e componentes vai permitir à Mercedes oferecer mais opções aos consumidores, mantendo os preços baixos.
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Ter um portfólio variado pode ajudar a marca a crescer em vendas tanto em mercados maduros, como Estados Unidos e Europa, como na Ásia, onde ainda há muito potencial de expansão, em especial na China.
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Não será uma tarefa fácil. A eletrificação ainda é bastante cara. Não basta adaptar um motor elétrico e uma bateria em um modelo projetado para queimar combustível. Para obter o máximo de eficiência, é preciso investir em processos, tecnologias e design pensados para um carro elétrico. Os custos tendem a se diluir na medida em que a tecnologia se desenvolver. Saber qual será o tamanho da redução de custos e em quanto tempo são respostas que Källenius e sua equipe adorariam ter.