A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) apresentou uma proposta de fusão para a Renault. Se o negócio for firmado, segundo a Reuters, formará um conglomerado automotivo de US$ 35 bilhões e o terceiro maior fabricante de automóveis do mundo, atrás apenas da Toyota e da VW.
Se confirmar o negócio, a nova companhia seria responsável por produzir por cerca de 8,7 milhões de veículos e uma redução de custos na ordem de 5 bilhões de euros – em torno de R$ 20 bi -, anualmente.
Da parte da Renault, a direção do grupo francês disse que estuda a proposta do grupo ítalo-americano com interesse e a considera amigável. Com o anúncio da possível fusão, as ações das duas empresas saltaram mais de 10% em valor de bolsa.
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Eficiência da fusão
O acordo poderia ajudar as duas companhias a reduzir o caminho para chegar onde rivais já estão, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de carros elétricos, regulamentação de emissões de poluentes e tecnologias autônomas.
A FCA tem um negócio rentável na América do Norte, especialmente com as marcas Ram e Jeep, mas perdeu dinheiro no último trimestre na Europa. Isso porque suas fábricas no velho continente tem trabalhado com 50% da capacidade e está sofrendo para atingir as novas metas de emissões.
A Renault, por outro lado, entrou cedo no jogo dos carros elétricos, tem motores relativamente eficientes para os padrões europeus e uma presença forte em mercados emergentes, como Rússia e Índia, mas não opera nos Estados Unidos.
Juntas, elas poderiam conseguir maior eficiência para aumentar a presença no maior mercado de automóveis do mundo – onde são pequenas hoje – a China.
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Ponto de conflito
O ponto de conflito para que a fusão seja concretizada em um curto espaço de tempo, segundo analistas, é a aliança que a Renault mantém com a Nissan atualmente. A participação do governo francês, como maior acionista da Renault também é um problema, já que pode levar a oposição de políticos e trabalhadores contra possíveis cortes oriundos da fusão.
“O mercado será cuidadoso com esses números da sinergia, já que várias foram prometidas antes e não há uma só fusão de empresas iguais que tenham ocorrido no segmento automotivo”, disse o analista Arndt Ellinghorst, da Evercore ISI.
O novo grupo seria criado com as ações listadas sob uma holding situada na holanda, como já ocorreu na criação da FCA. 2,5 bilhões de euros em dividendos para os acionistas da FCA, incluindo a família Agnelli, que controla o grupo com 29% das ações. Investidores de cada empresa teria metade da nova entidade criada.
O conselho de administração seria liderado por John Elkann, da família Agnelli, segundo a Reuters, enquanto o posto de CEO seria entregue ao presidente da Renault, Jean-Dominique Senard.
Fontes da agência de notícias dizem ainda que o governo italiano pode entrar na jogada comprando parte das ações da nova empresa para contra-balancear a parcela que pertence ao governo francês de 15% na Renault e que será equivalente na fusão.
Em comunicado, a FCA afirmou que “os benefícios da transação proposta não são vistos por meio de fechamento de fábricas, mas seriam atingidos por meio de investimentos de capital mais eficientes em plataformas globais, arquiteturas, trens de forças e tecnologias comuns”.