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Esportivos e familiares: Audi RS4 Avant x Mercedes-AMG C63 S
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Esportivos e familiares: Audi RS4 Avant x Mercedes-AMG C63 S

Nova Audi RS4 encara Mercedes-AMG C63 S em duelo de esportivos alemães para famílias

Igor Macário

10 de jul, 2019 · 7 minutos de leitura.

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audi rs4
AUDI RS4 AVANT ENCARA O MERCEDES-AMG C63 S
Crédito:JF DIORIO/ESTADÃO

Eles são caros, têm motores potentes e podem ser um bocado ferozes, mas também dão conta de famílias, sobretudo as apressadinhas. A nova geração da perua Audi RS4 e o renovado Mercedes-AMG C63 S são bons representantes de uma safra especial de modelos médios alemães recheados de tecnologia.

Por R$ 546.990, a RS4 está longe de ser uma pechincha – ao contrário, é um dos Audi mais caros à venda no País. No entanto, seu conjunto faz valer cada centavo. Estamos falando de um motor V6 biturbo de 2,9 litros e 450 cv, que produz ronco grave e instigante. A tração, como é de praxe na linha RS, é integral e alardeada em várias partes do carro. O Mercedes é ainda mais caro e potente. Por R$ 566.900, conta com 510 cv extraídos de um V8 biturbo de 4 litros.

Neste duelo, a RS4 venceu principalmente por ser mais confortável e ter desempenho similar ao do sedã. A suspensão do C63 S é muito firme e sofre com as imperfeições das vias.

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A lista de equipamentos de série dessa dupla é farta e equivalente. Ambos trazem itens importantes, como controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, central multimídia compatível com sistemas Android Auto e CarPlay, painel virtual e configuráveis.

Nesse quesito, o Mercedes é melhor por oferecer mais possibilidades de personalização. Embora a quantidade de funções possa parecer exagerada no primeiro momento, é fácil se acostumar e aproveitar todas as opções disponíveis.

O painel é o mesmo de outras versões do Classe C, mas pode projetar diferentes informações nas três regiões do mostrador. Velocímetro, conta-giros e a parte central são totalmente configuráveis. Na versão AMG o desenho é exclusivo, com o conta-giros no centro e a marcha engatada em destaque.


Os dois têm acabamento primoroso. A cabine da RS4 é ligeiramente mais sóbria. A do C63 S traz mais cromados e partes brilhantes, como no volante e console, por exemplo. Ambos são espaçosos e levam quatro ocupantes sem sufoco. A perua RS4 tem porta-malas com 505 litros de capacidade, ante os (também bons) 435 l do bagageiro do sedã da Mercedes.

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C63 S tem conjunto mais visceral que RS4 Avant

Em marcha lenta, os dois modelos murmuram baixo, após estampidos e algum estardalhaço na hora da partida. Mas basta pisar mais forte no acelerador para o C63 S “limpar a garganta” e brindar todos à volta com um ronco audível a quarteirões de distância. A reação ao volante é tão exagerada quanto a barulheira, e o AMG está sempre pronto para dar um soco na nuca dos ocupantes a qualquer momento.


Mesmo no modo confortável, o AMG continua nervoso, inquieto. Essa personalidade ganha mais peso nos modos Sport, Sport+ e Race, que só deve ser usado em pistas. Ao ser acionado, deixa o C63 S arisco demais para vias públicas, com os controles de tração e estabilidade mais permissivos.

A RS4 é bem mais cordial no primeiro contato, além de mais discreta e dócil no uso cotidiano. Mas não se engane com o jeito aparentemente calmo Essa perua é poderosa e também não hesita em despejar os 450 cv nas quatro rodas.

O torque é 10 mkgf menor que o do V8 do Mercedes, mas ainda são 61,2 mkgf entregues a partir de meras 1.900 rpm. Isso significa que essa Audi acelera com vigor e consegue manter ritmos fortes na estrada por longos períodos de tempo.


No modo esportivo, o ronco do motor fica mais presente e a suspensão ganha firmeza, mas mantém o conforto a bordo.


OPINIÃO: PERSONAS DISTINTAS

É difícil ficar impassível a qualquer um desses carros. De um lado, a austeridade do Mercedes, que rapidamente é quebrada pelas aceleradas fortes, capazes de torná-lo um “brinquedão”. Do outro, o charme indiscutível de uma clássica station wagon da Audi. Os dois são extremamente sedutores.

No entanto, o C63 S é tipo aquele cara que brinca falando sério e não deixa muito espaço para erros, ou mesmo alguma displicência proposital. Algo que cansa no dia a dia.

A personalidade da RS4 é mais agradável, sem contar a índole de “carregadora de piano” inerente às station wagon. O motorista pode até se imaginar fazendo uma mudança a bordo da RS4, com direito a caixas, móveis e até a bateria do filho mais novo no amplo porta-malas.


Tudo isso sem que a RS4 perca a disposição de colocar um sorriso no rosto não só do motorista, mas de todos os ocupantes. O C63 também vai te fazer sorrir, mas às vezes de nervoso com alguma resposta mais ríspida.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.