A Volkswagen acaba de encerrar uma história iniciada há 81 anos e deu origem à marca. Hoje (10), a última unidade do Fusca deixou a fábrica de Puebla, no México. O modelo ficou conhecido pelo nome de Beetle (besouro) no mundo todo.
No início da tarde de hoje (10), por meio da conta da Volkswagen mexicana no Twitter, a imagem do último Fusca deixando a linha de produção. O carro, da série especial Last Edition, é da versão cupê, com teto rígido. O Beetle conversível já havia deixado de ser feito.
O Beetle Last Edition tem detalhes cromados, espelhos da cor da carroceria e limpadores de faróis com jatos d’água aquecidos, entre outros diferenciais. De série, o Fusca tem partida por botão, volante multifuncional revestido de couro e pedais feitos de alumínio. Há ainda central multimídia.
O motor é um 2.0, com turbo, a gasolina. O quatro-cilindros gera 180 cv de potência e 25,4 mkgf de torque. O câmbio é automático de seis velocidades. A tração é na dianteira.
Desde a segunda geração, que surgiu em 1998 e foi batizada de New Beetle, o carro utiliza a plataforma do Golf. Até então, o Fusca tinha motor de quatro cilindros do tipo boxer – com cilindros horizontais opostos. A refrigeração era a ar.
O carro que sai agora de cena é da terceira geração, lançada em 2011. Com ela a Volkswagen adotou o “nome local” utilizado em cada mercado onde ele era vendido. Veja, mais abaixo, o nome pelo qual o modelo era chamado em mais de 40 países diferentes.
História do Fusca
O “carro do povo” deu início à Volkswagen. O símbolo da marca, um “V” sobre “W”, são as iniciais de Volks (povo) e Wagen (veículo). O projeto foi encomendado por Adolf Hitler a Ferdinand Porsche em 1935. Anos depois, serviria de base para a criação do 356, primeiro carro da Porsche e precursor do 911.
A ideia era oferecer um resistente e de baixo custo para motorizar a Alemanha. O Fusca foi lançado em 1938 se transforou em um dos veículos mais vendidos do mundo. Conhecido como Type 1, o modelo é baseado nos projetos Typ 12 e Typ 32, assinados por Porsche.
Fusca no Brasil
No Brasil, o modelo foi batizado de Volkswagen Sedan, Mas logo passou a ser chamado de “Fusca”. O novo nome acabou sendo adotado pela fabricante. Sua origem tem a forma como os brasileiros pronunciavam a Volkswagen.
Em alemão, o “V” tem som de “F” e o W tem som de “V”. No caso da sigla VW, os alemães da empresa pronunciavam algo como “fauvê”. Daí pra virar “Fusca” foi um pulo.
No Brasil, a produção do simpático carrinho teve início em 23 de março de 1953. O Volkswagen era montado no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo. As peças eram importadas da Alemanha. Esse sistema de produção foi mantido de 1953 a 1957.
Graças ao sucesso, a Volkswagen decidiu erguer uma fábrica para produzir o Fusca no Brasil. Em 3 de janeiro de 1959 teve início a produção do Fusca com peças feitas no País. A planta, às margens da Rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, continua em operação.
No primeiro ano do modelo nacional, foram vendidas 8.406 unidades. Durante 23 anos seguidos (desde o lançamento até 1982), o Fusca foi o carro mais vendido do Brasil.
Em 1986, o Fusca saia de linha pela primeira vez no Brasil. Com isso, a única planta que continuo produzindo o modelo foi a de Puebla.
Em 1993, a Volkswagen voltou a fabricar o Fusca no País, a pedido do então Presidente da República, Itamar Franco. O carro teve sobrevida até 1996, quando se aposentou de forma definitiva no Brasil. Para marcar o fim da produção, a Volkswagen lançou a edição especial Série Ouro.
O nome do Volkswagen Käfer pelo mundo:
África do Sul: Duiwel
Alemanha: Käfer (besouro)
Austrália, Canadá, EUA, Índia, Inglaterra: Beetle (besouro)
Áustria: Kugel Porsche (esfera de Porsche)
Bélgica: Keverke (besouro)
Bulgária: Kostenurka (tartaruga)
Chile e Espanha: Escarabajo (escaravelho)
Croácia: Buba (inseto)
Cuba: Huevito (ovinho)
Dinamarca: Bobble (bolha)
França: Coccinelle (joaninha)
Estados Unidos: Bug (inseto)
Eslováquia: Chrobak (inseto)
Eslovênia: Hrošč (besouro)
Estônia: Põrnikas (besouro)
Finlândia: Kupla (redondo)
Grécia: Skaraveos (escaravelho)
Guatemala: Cuca (barata)
Holanda: Kever (besouro)
Honduras: Cucarachita (baratinha)
Hungria: Bogár (inseto)
Islândia: Bjalla (sino)
Indonésia: Kodok (sapo)
Iugoslávia e Macedônia: Buba (inseto)
Itália: Maggiolino (joaninha)
Israel: Hiposhit ou Bimba (besouro)
Irã: Ghoorbaghei (sapo)
Japão: Kabuto-mushi (escaravelho)
Letônia: Vabole (besouro)
Malásia: Kura (besouro) ou Kodok (sapo)
México: Vocho ou Pulguita (pulguinha)
Noruega: Bobla (bolha)
Polônia: Garbus (corcunda)
Porto Rico: Bolillo/Volky (bobina)
Portugal: Carocha (escaravelho)
República Tcheca: Brouk (besouro)
República Dominicana: Cepillo (escova)
Romênia: Broasca (sapo)
Suécia: Bubblan (bolha)
Suíça: Escarabée (escavelho)
Turquia: Vosvos (besouro)
Así se despide uno de los grandes. Gracias, Beetle. Esto es solo el comienzo. ??? #ByeByeBeetle pic.twitter.com/80h8ySr6JL
— Volkswagen de México (@Volkswagen_MX) 10 de julho de 2019