O Latin NCAP passará a incluir o teste do alce em sua rotina de avaliações. Além dos ensaios de colisão frontal e lateral realizados atualmente (capazes de avaliar os sistemas de segurança passiva dos automóveis), a entidade irá medir também a estabilidade dos veículos.
Trata-se de uma importante inovação, porque avalia a capacidade do carro em contornar um obstáculo na pista em segurança.
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O teste do alce ficou famoso quando uma publicação sueca, a Teknikens Värld, reprovou a primeira geração do Mercedes-Benz Classe A, no final dos anos 90, logo após a estreia mundial do veículo.
A avaliação consiste em realizar uma súbita mudança de faixa em velocidade constante, e na sequência voltar à trajetória original. A manobra reproduz uma situação de emergência, na qual um animal (alce, no caso) aparece repentinamente na pista. Esse tipo de animal é comum nas estradas rurais da Suécia.
No episódio que envolveu a Mercedes, o Classe A capotou. O modelo tinha centro de gravidade muito elevado e pouco auxílio eletrônico para evitar a perda de controle. Após a divulgação do teste, a Mercedes interrompeu a produção do carro e só voltou a vendê-lo após introduzir mudanças no projeto. Entre elas, a inclusão de controle de estabilidade que não podia ser desativado e pneus de perfil mais baixo.
Mais recentemente, houve problemas no mesmo teste com os Toyota Hilux e RAV4. Eles não chegaram a capotar, mas levantaram as duas rodas do mesmo lado a um nível muito perigoso.
Teste coloca à prova a estabilidade do carro
Pelos critérios atuais, a existência de controle de estabilidade (ESC) já era considerada um ponto positivo. Mas o teste do alce provoca a capacidade da suspensão. Isso porque, nessa prova, o carro apóia-se completamente de um lado da suspensão, e logo em seguida transfere todo o peso para o outro lado, por causa da mudança de direção. É isso o que tende a desestabilizar o carro.
O novo teste deverá entrar em vigor em dezembro. Além dele, haverá também mudança no sistema de classificação dos ensaios. Como já ocorre no Euro NCAP, utilizado na Europa, a classificação adotará uma única graduação de 0 a 5 estrelas para cada carro. Não haverá mais notas separadas para adultos e crianças, como ocorre atualmente.
Em vez disso, o novo sistema utilizará uma porcentagem para indicar os resultados de cada categoria: adultos, crianças, pedestres e assistentes de condução.
Como os protocolos de testes do Latin NCAP mudam a cada quatro anos, os novos métodos deverão vigorar até 2023. O órgão informa que os veículos já testados manterão os resultados obtidos na época dos testes.
O órgão enfatiza que, caso a montadora deseje citar os resultados do teste em publicidade, ela deverá informar a qual protocolo se refere. Os resultados também só poderão ser usados nos quatro anos seguintes à divulgação do teste.