Com o maior volume de chuva desde fevereiro de 1983, a cidade de São Paulo passou hoje por um grande problema de enchente e alagamentos que, praticamente, transformou a maior cidade do País em uma ‘cidade fantasma’.
Apesar disso, alguns motoristas foram pegos no meio do caminho por inundações ou mesmo com os carros parados sofreram com enchentes que atingiram seus veículos. O Jornal do Carro levantou algumas informações sobre qual o tipo de cobertura que existe para esse tipo de situação que são registradas como “fenômenos naturais”.
A maioria dos seguros automotivos tem cobertura compreensiva (colisão, incêndio, roubo e furto). Esse tipo de apólice traz também a cobertura para danos de enchentes se o carro estiver parado, seja rua, garagem ou estacionamento.
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A Porto Seguro salienta que o seguro não é válido quando o carro é afetado porque o motorista tentou atravessar um alagamento. Nesse caso, a cobertura contra fenômenos naturais não vai cobrir os estragos no veículo.
Além de enchente, a apólice da Porto Seguro cobre ainda queda de árvore, postes e muros – se causados pela chuva. A Porto Seguro, em caso de dano que possa ser reparado, paga a higienização completa do veículo.
Na Bradesco Seguros, a apólice faz a mesma cobertura, mas não cobre acontecimentos como maremoto, terremoto e vulcões, que de todo modo são fenômenos naturais que não atingem o Brasil. A Bradesco faz o mesmo tipo de alerta quanto ao ‘enfrentamento’ de alagamento. Se for constatado isso, o seguro não cobre
Como atravessar uma enchente?
A dica primordial é não sair com o carro. Caso seja necessário, é importante tomar alguns cuidados. O ideal é não tentar atravessar alagados ou área de enchente. Especialmente porque não dá para saber o que há sob a água ou se há algum buraco que possa ter surgido pelo volume de água.
Caso seja necessário atravessar, é primordial garantir que o nível da água não supere metade da roda do veículo, ou o centro da roda. Mantenha o motor em rotações baixas, em torno de 2.500 rpm no máximo. O ideal é atravessar em primeira, no máximo segunda marcha, onde há mais força para vencer a água.
Em caso de transmissão automática, o ideal é colocar no modo manual, se não houver procurar as opções “2,3” ou “L” que alguns carros oferecem. Outros câmbios automáticos tem a função “winter ou snow”, que também funciona para a chuva ao manter a transmissão em giros baixos para dar tração.
Caso o carro ‘morra’ durante a passagem, não tente ligar o carro novamente. O ideal é esperar dentro do veículo por socorro, mas caso a água comece a subir mais, saia pelos vidros e vá para o teto.
Quais são os riscos de passar por uma enchente?
Independente de tentar manter o carro “na margem de segurança”, ainda há muitos riscos ao atravessar passar com o carro por uma enchente. A água pode atingir o duto de captação de ar do motor.
Quando o motor aspira água ao invés de água, pode ocorrer o “calço hidráulico”. Isso é quando o pistão tenta comprimir a água que entrou no lugar do ar nos cilindros. A pressão é tanta que as bielas chegam a entortar.
Além do calço hidráulico, a água pode afetar também a parte elétrica do carro. Os danos nesse sentido, podem dar perda total em alguns casos. Se alguma das centrais eletrônicas (EMU) for atingida o custo pode não compensar o reparo.
É possível consertar um carro que passou pela enchente?
Sempre é, mas nem sempre vale a pena. Dependendo dos problemas, a seguradora vai optar pela ‘perda total’. Se nada for afetado, nem mecânico, nem elétrico, há a higienização a ser feita.
A higienização é feita dependendo do nível que a água atingiu no carro. No nível máximo, de carro submergido, é preciso realizar a desmontagem completa do interior do veículo. São trocados os carpetes, além de retirada de bancos e revestimento do teto.
A lataria vai receber uma lubrificação nova para evitar ferrugem e corrosão. Bancos tem a espuma retirada para dedetização, assim como o forro do teto. É preciso fazer também a lubrificação de outras peças, como trilho de teto solar, entre outros.
Quanto custa uma higienização automotiva?
No caso do serviço completo, que é do carro que foi atingido até o teto ou ficou submerso, o valor médio para um carro compacto é de R$ 800. Mas os valores pode superar os R$ 2.500 dependendo da empresa e do porte do veículo. O tempo de serviço vai de dois dias a uma semana.