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Recuperar carro de enchente pode custar mais de R$ 20 mil
Manutenção

Recuperar carro de enchente pode custar mais de R$ 20 mil

Custo para reparar carro afetado por enchente parte de R$ 1 mil com higienização e verificação de partes mecânicas e eletrônicas

Redação

11 de fev, 2020 · 9 minutos de leitura.

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As chuvas tendem a aumentar no início do ano e motoristas sofrem com enchentes
Crédito:Werther Santana/Estadão
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Durante o verão, as fortes chuvas costumam castigar São Paulo. Entre os maiores problemas estão as enchentes, que podem causar grandes danos ao veículo e prejuízo a seu proprietário. Para recuperar um carro alagado por uma enchente, a conta varia de R$ 500 a mais de R$ 20 mil, dependendo dos componentes afetados.

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Se a água tiver invadido apenas a parte do assoalho, o serviço é mais simples. Mesmo assim, é preciso desmontar o interior do automóvel, retirando console, carpetes e feltros para secagem individual. Em oficinas especializadas,  a higienização para um Fiat Uno, por exemplo, parte de R$ 500.

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Nos casos em que a água alcança o painel, todo o cuidado é necessário para secar os módulos eletrônicos do veículo. Quanto mais sofisticado o modelo, mais caro será o serviço. Para modelos importados, o custo de reparo tende a ser mais alto.

Ao se deparar com um local alagado, o melhor é dar meia volta. Se não for possível, só tente atravessar a enchente se a água não ultrapassar a metade da roda. Mantenha a primeira marcha e siga em velocidade baixa para não formar ondas.

Não dê a partida novamente se o carro morrer para que o motor não aspire água. E se a inundação subir rapidamente, desligue o veículo e procure abrigo.


Danos causados por enchentes estão cobertos

Desde o início dos anos 2000, todas as seguradoras passaram a incluir na cobertura básica os danos causados por enchentes. Quando o custo de reparo for inferior ao valor da franquia, há seguradoras que oferecem uma cláusula de assistência que cobre higienização do veículo até um valor pré-determinado.

Além de pagar pela recuperação do veículo, independentemente do estrago, as empresas também indenizam os clientes em caso de perda total. Isso ocorre quando os custos para realização dos reparos ultrapassam 75% do valor do carro.

Outro risco em alagamentos é o chamado calço hidráulico. Isso ocorre quando a água entra nos cilindros do motor e impede o curso dos pistões, podendo até deformar os componentes. Nesses casos o reparo também não compensa.


Outros riscos comuns nessa época do ano são quedas de árvores e incêndios causados por fios de alta tensão que atingem o carro. Essas ocorrências também costumam ser indenizadas pelas companhias de seguro.

“A melhor dica é tentar não transitar nos horários de chuvas fortes nas áreas mais movimentadas e populosas. Muitos acidentes e desconfortos podem ser evitados”, diz Rogerio Hashimoto, superintendente técnico automóvel da Mapfre.

Não deu para passar

Dependendo do tipo de dano, o veículo deve ser levado a uma oficina. Se o motor não estiver funcionando, é possível chamar um guincho. Empresas especializadas cobram a partir de R$ 200 por esse tipo de serviço.


O preço varia de acordo com as circunstâncias do alagamento. Se for necessário retirar o carro de uma garagem no subsolo, por exemplo, é comum a cobrança de uma taxa extra em torno de R$ 150.

Para veículos pesados, como modelos blindados, é cobrada mais uma taxa de R$ 50. O custo do transporte também pode variar conforme a distância a ser percorrida.


Chegando à oficina, é preciso fazer a higienização da cabine. O preço desse serviço pode variar de R$ 1 mil a mais de R$ 25 mil. Os fatores que determinam o custo do reparos incluem desde as partes do carro que ficaram sob a água (ou lama) até componentes elétricos e mecânicos afetados.

A 360 Estética Automotiva, na Lapa, faz esse tipo de serviço em até três dias úteis. O preço do reparo parte de R$ 1,2 mil. O grau de dificuldade do reparo é dividido em três tipos. Quando a água chega até o assoalho, quando ultrapassa o nível dos bancos e do câmbio e quando o carro fica completamente submerso.

Carpete deve ser secado

Independentemente do nível, se o veículo foi invadido pela água será necessário trocar o feltro do carpete e a manta do assoalho. Isso porque se estiver encharcado o material se estraga e não adianta apenas secar e limpar. É possível que os bancos e forrações das portas tenham de ser desmontados.


É possível que sistemas elétricos, como os levantadores dos vidros, lâmpadas e faróis, por exemplo, tenham de ser substituídos. “É importante fazer uma limpeza técnica do motor”, diz Dante Roos, supervisor de vendas da Lavepark.

Ele afirma que o serviço começa com a pulverização de um desengraxante. O produto é espalhado com a ajuda de um pincel ou esponja e removido com uma flanela. Por fim, é aplicada uma base de silicone para proteger as partes metálicas e emborrachadas.

“Também recomendamos a troca do filtro do ar-condicionado e aplicação de ozônio”, diz Roos. De acordo com ele, isso serve para eliminar bactérias.


Na Lavepark, o preço desse serviço parte de R$ 1 mil. O tempo necessário para o reparo é de cerca de quatro dias. Esse prazo pode aumentar em períodos de clima úmido.

O que fazer depois

Conforme o tipo de enchente, uma revisão simples já resolve. Na Motorfast, oficina na zona sul da capital, esse serviço parte de R$ 1 mil. Além de verificar o estado da parte elétrica e eletrônica, todos os fluidos, como óleo de motor e câmbio, devem ser trocados.

Caso tenha entrado água nos cilindros do motor, será necessário fazer a drenagem. Dependendo do tipo de dano, o conserto parte de R$ 5 mil para um Chevrolet Onix com motor 1.0. Para modelos mais sofisticados, a conta chega a cerca de R$ 20 mil.


*Atualizado em 12/2 às 12:15

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.