Aquela máxima de que o ano no Brasil começa só depois do carnaval não valeu este ano. Pelo menos no mundo automotivo, 2020 começou quente, com vários lançamentos de carros. Antes que janeiro acabasse, a Volkswagen lançou o Polo GTS, enquanto a Kia apresentou o hatch Rio. Em fevereiro, a Volkswagen voltou ao ataque, dessa vez com o Virtus GTS. Passado o feriado, quando a economia deveria em tese deslanchar, veio o coronavírus e esfriou tudo. As bolsas ao redor do mundo caíram, o dólar subiu e até mesmo o Salão de Genebra, na Suíça, que abriria as portas ao público nesta semana, foi cancelado.
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Apesar disso tudo, ao menos por enquanto as montadoras estão mantendo seu calendário de lançamentos. Ainda para o primeiro semestre estão programadas várias novidades. Veja as principais.
Renault Duster
A Renault lança esta semana o novo Duster. O modelo, que já está sendo produzido na fábrica de São José dos Pinhais (PR), passou por uma reestilização para adotar o visual da versão europeia (onde leva o logo da romena Dacia).
Na frente, além de faróis com nova disposição das luzes e LEDs diurnos, há uma nova grade. O emblema da marca cresceu. Por dentro, painel e volante são novos. O fundo dos mostradores foi alterado, e as saídas de ar receberam novo visual, em formato hexagonal. A central multimídia agora fica destacada do painel e mais elevada.
Ela traz integração com Android Auto e Apple CarPlay. Nas versões mais completas, o ar-condicionado é digital e com novos comandos.
Pela imagem é possível ver que algumas versões terão chave presencial, partida por botão, função Eco e câmera traseira com opção de acionamento por meio de botão no console central.
De acordo com a revista Quatro Rodas, sob o capô a Renault manteve o motor 1.6 Sce flexível. Ele gera até 120 cv e 16,2 mkgf. A única novidade é o sistema start-stop, que ajuda a economizar combustível. Porém, o defasado tanquinho de partida a frio ainda está lá. O novo motor 1.3 turbinado da Renault só deve estrear no novo Duster quando ele não for mais novo, no fim de 2020.
Chevrolet Tracker
Outro SUV que promete movimentar o segmento é o Tracker, que chega em março, em nova geração. O Tracker passa a utilizar a nova plataforma GEM (Global Emerging Markets), feita para mercados emergentes. É a mesma base do Onix e Onix Plus.
O Tracker cresceu em todos os sentidos. O comprimento foi de 4,24 m para 4,27 metros. O entre-eixos aumentou de 2,55 m para 2,57 m. Já a largura foi de 1,76 m para 1,79 m. No lugar do 1.4 turbo atual (o mesmo do Cruze), sob o capô ele terá os motores 1.0 e 1.2 turbo, produzidos em Joinville (SC).
O 1.0 poderá vir associado ao câmbio manual ou automático de seis velocidades. Esse motor é o mesmo do Onix e Onix Plus. Rende até 116 cv de potência e 16,8 mkgf de torque, com etanol.
Já o 1.2 ainda não teve os dados de potência divulgados. Porém, no Oriente Médio, onde ele equipa o Onix Plus, gera 139 cv. Na Argentina, a versão aspirada desse motor está equipando o Onix hatch no lugar do 1.0.
Tracker 2020 também será feito na Argentina
O novo Tracker, aliás, também será produzido no país vizinho. O motivo para a dupla nacionalidade é a expectativa pelo sucesso do SUV. Na Argentina ele é designado como Projeto A.V.A (Alto Valor Agregado). Fontes dizem que a expectativa é vender 160 mil unidades do Tracker por ano na região, sendo os mercados mais fortes Brasil, Argentina e Colômbia.
Fiat Strada
Depois de 22 anos utilizando a mesma plataforma, a Fiat Strada – picape mais vendida do País – chega em abril, totalmente renovada por baixo, por fora e por dentro. A parte frontal lembra um pouco a do hatch Argo. Na traseira, o modelo manteve o feixe de molas, mais apropriado para veículos de carga.
Para as versões mais básicas, ela irá manter o conhecido 1.4 Evo, que com etanol rende até 88 cv. Ele estará nas versões focadas em vendas diretas, para frotistas e destinadas ao trabalho.
Nas mais completas e com cabine dupla, o motor será o 1.3 Firefly de até 109 cv e 14,2 mkgf. É o mesmo motor de Argo e Cronos. Inicialmente, os dois motores serão oferecidos apenas com câmbio manual de cinco velocidades.
No ano que vem, a Fiat adotará no propulsor 1.3 uma opção de caixa automática, do tipo CVT.
Nissan Versa
A Nissan irá lançar no Brasil no segundo trimestre a terceira geração do Versa. O modelo, que virá importado do México, é radicalmente diferente do atual, que deve permanecer em linha, como opção de entrada da linha.
Entre as tecnologias da nova geração do Versa estão sistema de frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres. Há ainda alerta de mudança involuntária de faixa, sensor de ponto cego, assistente de farol alto, etc. Versões mais caras dispõem até de controle de velocidade adaptativo (ACC).
A versão mexicana está disponível unicamente com o motor 1.6 de quatro cilindros, que rende 122 cv. Ele pode vir acoplado a uma transmissão manual ou, opcionalmente, automática do tipo CVT. Aqui, o motor será o mesmo, porém com tecnologia flexível. No Kicks, esse propulsor flexível entrega até 114 cv atualmente.
Peugeot 208
O novo Peugeot 208 será lançado em abril. A nova geração do hatch virá da Argentina, e há informações de que ele não será exatamente igual ao modelo francês (assim como ocorre com outros conterrâneos dele, como Citroën C4 Cactus e Renault Captur).
Quando comparado com a mesma configuração Allure vendida na França, por exemplo, os bancos e o apoio de braço com porta-objetos são diferentes (para pior), a alavanca do câmbio automático não é igual à do 3008 (como no modelo europeu) e não há freio de estacionamento elétrico.
Pelo menos há boas notícias também. A evolução do i-Cockpit está lá, assim como os botões em estilo de aviação e o painel moderno. De forma geral, o bom acabamento do 208 “gringo” parece estar presente no latino.
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Com aspecto mais agressivo, o Peugeot 208 também tem novas dimensões. São 4,05 metros de comprimento (7 cm a mais) e 1,74 m de largura (4 cm a mais). A altura, no entanto, foi reduzida em 4 cm (para 1,43 m). Só o entre-eixos não mudou: 2,54 metros, a despeito da mudança de plataforma.
Uma das novidades do novo Peugeot 208 é a estreia do motor 1.2 de três cilindros turbo, com injeção direta de gasolina e 130 cv. O motor já é amplamente usado pela PSA na Europa.
Se o modelo nacional mantiver a mesma potência, ele será mais forte que os principais rivais com turbo: Polo (128 cv), Onix (116 cv) e HB20 (120 cv).
Audi e-tron
Primeiro modelo totalmente elétrico da Audi, o e-tron chegará ao Brasil em abril. Tem dois motores (um em cada eixo). O dianteiro rende 169 cv, enquanto o traseiro gera outros 189 cv. Juntos, fornecem aproximadamente 358 cv e distribuem a tração pelas quatro rodas. O torque, instantâneo, é de 57,2 mkgf.
O preço do modelo em pré-venda é de R$ 459.990. Ele estará disponível em 14 concessionárias nas principais capitais do País, sendo 4 em São Paulo.
Além do modo padrão, há também a função overboost, acionada quando o câmbio, de uma marcha, vai para a posição Sport. Ela eleva por oito segundos a potência a 408 cv e o torque a 67,7 mkgf. Com esse conjunto, o e-tron acelera de 0 a 100 km/h em 6,6 segundos e atinge a velocidade máxima de 200 km/h.
Segundo a Audi, são cerca de 437 km de autonomia, no padrão WLTP de medição de consumo (que testa os carros em condições reais de uso).
De série, ele vem com uma entrada de recarga rápida (22 kW) que carrega a bateria em 4,5 horas. Como opcional, ele pode oferecer a entrada de recarga ultrarrápida, que atinge 80% da carga em 30 minutos e 100% em 45 minutos. Em uma tomada convencional, a carga leva cerca de 8,5 horas.
O e-tron será o primeiro carro a trazer câmera no lugar de retrovisores externos ao País. O item, no entanto, será opcional.
Amarok V6 mais potente
A Volkswagen lançará a Amarok V6 com 258 cv no Brasil entre março e abril. O principal destaque da picape, que deve chegar como parte da linha 2021, é o aumento da potência do motor em quase 15%. Até então, o seis-cilindros em “V” turbodiesel tinha 225 cv.
Com o overboost acionado, a potência da Amarok V6 pode chegar a 272 cv. O recurso permite aumentar a oferta de cavalagem por alguns segundos. Esse sistema é ideal para garantir segurança em ultrapassagens, por exemplo.
A atualização no gerenciamento eletrônico do motor também resultou em aumento do torque. A força passou a ser de 59,1 mkgf, ante os 57,2 mkgf da versão anterior.
Mercedes-Benz EQC
Um ano após a primeira aparição no Brasil, o SUV elétrico Mercedes-Benz EQC começa a ser vendido no País. O modelo feito na Alemanha tem preço sugerido de R$ 477.900. As primeiras unidades serão entregues em junho.
Equivalente em dimensões ao SUV médio Mercedes-Benz GLC, o EQC 400 tem 4,76 metros de comprimento, 1,62 m de altura e 2,87 m de distância entre os eixos. O novo utilitário-esportivo tem dois motores elétricos, que entregam o equivalente a 408 cv de potência e 78 mkgf de torque.
O Mercedes-Benz EQC 400 tem autonomia de 450 km, de acordo com informações da fabricante. Em tese, isso é suficiente para fazer uma viagem entre as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro com apenas uma carga.
Os bons números são obtidos graças ao pacote de baterias de íons de lítio de 80 kWh, dividido em 384 células. As baterias ficam sob o assoalho.
A recarga leva cerca de 7,5 horas para ser feita por meio de carregador convencional em tomadas de 220 V. Com o carregador rápido, de 400 V, é possível recarregar 80% das baterias em cerca de 50 minutos, segundo a fabricante.
O EQC 400 pode acelerar de 0 a 100 km/h em 5,1 segundos, de acordo com a Mercedes. Em condições normais de uso, o SUV é movido apenas pelo motor traseiro. Se houver necessidade de mais força, como em subidas íngremes, por exemplo, o motor traseiro entra em ação. Esse ajuste ocorre de forma automática e transforma o SUV alemão em um modelo 4×4.
O Mercedes-Benz EQC 400 tem garantia de três anos com manutenção incluída. O pacote oferecido no Brasil inclui o Wallbox (carregador rápido) e um ano de eletricidade para recarregamento das baterias pago pela Enel. A empresa do setor de energia elétrica é parceira da Mercedes.
Land Rover Defender
Totalmente renovado, o Land Rover Defender deverá desembarcar no Brasil no segundo trimestre de 2020. Todas as versões do novo SUV, que é feito na Inglaterra, já estão disponíveis para visualização no site brasileiro da marca.
Ao menos inicialmente, o novo Defender será oferecido com motor 2.0 turbo a gasolina de 300 cv de potência. Por ora, não há versão a diesel. A tração é integral e o câmbio automático tem oito marchas.
Segundo dados da marca, o novo Defender acelera de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos. A velocidade máxima é de 191 km/h. Algumas versões desses carros podem ser equipadas com sistema de suspensão a ar, uma das novidades no modelo.