A Tesla é uma empresa inovadora controlada por um gênio. Elon Musk, CEO da montadora, criou seu próprio jogo de videogame aos 11 anos. Aos 27 fundou a PayPal, o que entre outras coisas lhe rendeu uma fortuna de mais de 22 bilhões de dólares.
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Assim como outros figurões da indústria automotiva (como não lembrar John DeLorean?), Musk é, no mínimo, excêntrico. Após menosprezar o coronavírus, dizendo que o temor pela covid-19 era uma idiotice, foi obrigado pelas autoridades de saúde a reduzir as operações de suas fábricas da Tesla nos Estados Unidos.
Qualquer outro empresário de seu porte ficaria zangado, faria lives reclamando, mas ele não. Prontamente disse que então faria ventiladores mecânicos para hospitais para ajudar os infectados. Parecia um misto de bondade com resignação. Mas Musk, aluno que alugou uma república inteira da faculdade e a transformou numa boate e que já vendeu voos comerciais para a Lua, sempre está um passo à frente.
Ele está claramente usando a pandemia de coronavírus para fortalecer o aspecto tecnológico da Tesla. São vários os vídeos mostrando engenheiros da montadora criando protótipos de respiradores usando peças já existente do carro. Neles, os caras da Tesla parecem sempre o Tony Stark mirabolando um nova armadura para o Homem de Ferro.
Tesla prometeu, mas ainda não cumpriu
Porém, até agora, nenhum modelo foi terminado. Não há nenhum prazo de lançamento e de futuras entregas dos ventiladores/respiradores para nenhum hospital e nem quantos serão. A Ford, por exemplo, em 30 de março informou que produziria 50.000 ventiladores nos 100 dias seguintes em uma fábrica em Michigan, em cooperação com a unidade de saúde da General Electric, e poderia construir 30.000 por mês, conforme necessário. Uma grande diferença, portanto.
Logo depois do anúncio da produção dos ventiladores, mais uma vez devidamente iluminado pelos holofotes, Musk anunciou que importara da China em tempo recorde 1.255 máquinas de ventilação para doar para a Califórnia. Foi chamado de herói nas redes. E também fez uma doação de dispositivos para um hospital de Nova Iorque.
Procurado pelo Financial Times, o hospital informou que a doação foi de máquinas de pressão positiva de dois níveis nas vias aéreas, normalmente usadas para tratar a apneia do sono. Mas que eram melhor que nada devido a situação caótica da pandemia.
Ao que parece, a estratégia vem funcionando, já que mesmo em meio à pandemia, a Tesla bateu recorde de vendas no primeiro trimestre de 2020. Foram 88.400 entregas, 14% a mais que o mesmo período de 2019.
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