Rumores no início da semana apontavam que a Renault estaria se preparando para dizer adeus à China. Contudo, a própria montadora francesa tratou de negar a debandada do grupo do gigante asiático. Por meio de um porta-voz, a empresa afirmou que ‘tem uma estratégia de longo prazo para as operações na China’.
Analistas de mercado acreditam que a Renault tem alguns projetos de cooperação e joint ventures na China se abrindo adiante. Eles também reforçam como item na estratégia de ficar por lá o fato de ter estabelecido um centro de design em Xangai.
Outro item que reforça a afirmação da montadora foi o trabalho em parceria com a Nissan para criar um novo centro de pesquisa e desenvolvimento da aliança, também em Xangai, recentemente. Isso, apesar das recentes brigas e problemas que envolveram a aliança graças a prisão do ex-CEO, Carlos Ghosn.
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China se tornou área ‘soberana’ para a Renault
A aliança Renault-Nissan fez também investimentos em companhias de startups, como NEV e autopilot. Mas o mais importante é que, mercadologicamente, a montadora fez um movimento que mostra importância que pretende dar à China. Em 2019, ela separou o país como uma região única, com a mesma importância da Europa e América, isso reforça o interesse e foco no mercado de lá.
Vale lembrar também que ano passado, a empresa lançou a versão elétrica do Kwid, o K-ZE. O modelo foi pensando inicialmente para a China e foi apresentado por lá, inclusive. Ele é o primeiro elétrico de baixo custo da marca. E seu plano de negócio faz sentido e é lucrativo para a China, onde há incentivos para os elétricos e estão a maioria dos fabricantes de baterias.
A Renault não divulgou todas as especificações do K-ZE. Mas anunciou que o compacto elétrico será capaz de carregar até 80% de suas baterias em 50 minutos com um sistema de recarga rápida. No sistema normal, são 4 horas para atingir 100%. A autonomia é estimada em 250 km.