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Fiat Strada ‘quer’ ser o carro mais vendido do Brasil
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Fiat Strada ‘quer’ ser o carro mais vendido do Brasil

Fiat informa que demanda pela Strada foi de 17 mil unidades no mês passado, mas produção estava limitada a 6 mil veículos

Hairton Ponciano Voz

07 de ago, 2020 · 6 minutos de leitura.

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fiat strada
Nova Strada foi o quarto veículo mais vendido no mês passado, mas Fiat estima que o modelo tem capacidade para ir além
Crédito:Fiat/Divulgação

A nova Fiat Strada teve 6.564 unidades vendidas em julho. Isso fez dela o quarto automóvel mais vendido do Brasil logo no segundo mês de mercado. Mas a montadora sediada em Betim (MG) prevê voos ainda mais altos para o modelo, que foi completamente renovado. De acordo com o diretor de Operações Comerciais da Fiat, Herlander Zola, a picape teve demanda de 17 mil unidades em julho. A fábrica, no entanto, não pôde atender aos pedidos por causa de limitação da produção.

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Segundo o executivo, a demanda antes da pandemia, estimada em cerca de 250 unidades por dia, saltou para 780 veículos. O prazo de entrega do modelo é de cerca de dois meses. Diante disso, a empresa enxerga no novo modelo potencial para liderar o ranking de vendas durante “um mês ou outro”, no decorrer do ano. Isso significa que se consolidar entre os “top 5” não é o bastante para a picape, na visão da montadora.

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Zola informa que a fábrica está se adaptando para elevar a produção. Ele diz que em julho a capacidade estava limitada a 6 mil unidades. Mas segundo o executivo a linha já está se preparando para produzir 50% a mais este mês (9 mil unidades). Em setembro, deverá haver outra elevação.

A confiança de Zola na nova Strada baseia-se não apenas na resposta do público, mas também nas novidades que a montadora prepara para o próximo ano. A principal será a chegada do câmbio automático CVT. Atualmente, a Strada está disponível apenas com transmissão manual de cinco marchas, mesmo na versão mais cara, a Volcano de cabine dupla, que custa R$ 79.990.

Strada deverá se espelhar na Toro

Além do câmbio automático, Zola informa que a Fiat trabalha ainda em outras versões da picape, para ampliar o leque de ofertas. Segundo o executivo, a Strada deverá se espelhar na Toro. Espera-se uma versão com cobertura rígida para a caçamba, semelhante à da Toro Ultra. A própria Volcano, aliás, é uma nomenclatura utilizada inicialmente na irmã maior. Na mesma linha de raciocínio, é possível que a empresa lance uma linha aventureira batizada de Ranch, em vez da consagrada Adventure. Outra novidade prevista é o carregador de celular sem fio. Alguma dessas novidades pode vir ainda este ano.


De acordo com a Fiat, a versão antiga da Strada (Hard Working) responde por apenas 6% no mix de vendas. O modelo de cabine simples custa R$ 61.590, e é voltado a frotistas. Segundo Zola, essa versão tem potencial para chegar a 10% de participação. De qualquer forma, a nova carroceria fica com pelo menos 90% do total de produção da picape.

O diretor da Fiat informa que a carroceria de cabine simples representa 50% das vendas. Dessas, a metade pertence à versão topo de linha, Volcano. Além da clientela que já tinha Strada, Zola informa que o novo modelo de cabine dupla tem atraído também compradores de sedãs compactos.


Supremacia de picapes

Se a Fiat vai muito bem com suas duas picapes, o mesmo não se pode dizer das vendas de carros de passeio. Entre a Strada e a Toro, a montadora vendeu 10.822 unidades. Para superar esse volume, é necessário somar as vendas de quatro modelos de passeio da marca. Argo (4.756 unidades), Mobi (3.487), Uno (1.547) e Cronos (1.337). Juntos, o quarteto chega a 11.127 unidades, pouco mais que a dupla de picapes.

Com isso, embora a empresa seja a líder absoluta no segmento de comerciais leves, com 44,79%, ela é apenas a quarta colocada na categoria de carros de passeio (9,04%). Ela está atrás de Volkswagen, Chevrolet e Hyundai, nesta ordem. Os números são de julho.

Segundo Zola, isso irá começar a mudar a partir da renovação de produtos. Sem dar maiores detalhes, é certo que a Fiat prepara a chegada dos novos motores turbo da família Firefly (1.0 e 1.3) para Argo e Cronos, além do câmbio CVT.




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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”