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Volkswagen Nivus e T-Cross fazem duelo para ver qual é melhor
Comparativo

Volkswagen Nivus e T-Cross fazem duelo para ver qual é melhor

Embora compartilhem plataforma, motor e câmbio, modelos têm várias particularidades e focam públicos distintos

Hairton Ponciano Voz

30 de set, 2020 · 10 minutos de leitura.

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NIVUS E T-CROSS TEM CONSECUTIVOS AUMENTOS
Crédito:DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Desde agosto, o Nivus passou a dividir com o T-Cross o espaço e as atenções no showroom das concessionárias Volkswagen do País, o que pode ter deixado o comprador em dúvida: comprar o SUV – que já é um sucesso de público e crítica – ou optar pela novidade? Afinal, o modelo desenvolvido no Brasil chegou com linhas modernas, jeitão de cupê de quatro portas e porta-malas maior que o do “irmão”. Mas, embora compartilhem espaço nas lojas, a plataforma MQB, o motor 1.0 turbo de até 128 cv e o câmbio automático de seis marchas, os dois focam clientes específicos e têm muitas diferenças. Vamos a elas.

Começando pelo preço, o Nivus leva clara vantagem. Até pelo frescor da novidade e pelo poder de atração que os lançamentos costumam ter, normalmente os preços são mais altos. Mas com o Nivus foi diferente. A versão mais cara, Highline, parte de R$ 98.290, bem menos que os R$ 113.790 da versão intermediária do T-Cross. Se considerarmos a mesma versão Comfortline (R$ 85.890 no caso do Nivus), a diferença entre os dois é de R$ 27.900. Na prática, o novato larga na frente.



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INTERIOR DO NIVUS. CRÉDITO: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Com os dois lado a lado na concessionária Amazon, na zona leste da capital (que cedeu o T-Cross para o Jornal do Carro), algumas diferenças começaram a ficar evidentes. A principal é o espaço interno, com boa vantagem para o T-Cross. O SUV compacto oferece mais conforto aos ocupantes, especialmente para os de trás.

Os números confirmam a impressão. Segundo dados da VW, o espaço entre os assentos da frente e de trás é de 97,8 cm no T-Cross e de 85,2 cm no Nivus. Os 12,6 cm representam a diferença entre viajar com conforto e ficar raspando os joelhos no encosto do banco dianteiro.

Além disso, entrar e sair é mais fácil no T-Cross, por causa do maior vão livre nas portas de trás. O SUV leva vantagem também na largura interna, embora nesse caso a diferença não seja tão grande. O espaço para ombros (ou entre as portas) é 2 cm maior no T-Cross, e se reflete até mesmo no console central, mais largo no T-Cross.


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INTERIOR DO T-CROSS COMFORTLINE. CRÉDITO: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Dimensões são diferentes; propostas também

Já a explicação para o maior espaço para as pernas está na distância entre-eixos, de 2,65 metros no T-Cross (a mesma do sedã Virtus) e 2,57 m no Nivus, praticamente o mesmo que o Polo (2,56 m). Enquanto o T-Cross expandiu dimensões, o Nivus herdou as quatro portas e até o para-brisa do hatch. Na comparação dos porta-malas as coisas se invertem. Graças ao maior comprimento (4,27 m, ou 7 cm a mais que o T-Cross), o Nivus tem bagageiro com 415 litros de capacidade, ante 373 l no irmão.

Em termos de estilo, o T-Cross é mais encorpado, enquanto o charme do Nivus está na queda suave do teto na parte traseira, o que lhe confere aspecto de cupê. A grade do T-Cross transmite maior robustez e traz o nome do carro escrito. No Nivus, a Volkswagen dispensou essas características.


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INTERIOR DO NIVUS. CRÉDITO: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

T-Cross vai melhor no “off-road”

Quem procura um carro de maior porte tende a dar preferência ao T-Cross, com formato mais quadrado e 1,57 m de altura, 8 cm a mais que o 1,49 m do Nivus. Além de ser mais alto em relação ao solo (18,8 cm, ante 16,6 cm do Nivus), o T-Cross é superior também nos ângulos de entrada (19,7°, ante 16,9°) e saída (respectivamente 22,7° e 19,3°). Quanto maior o ângulo, menor a possibilidade de o carro raspar a dianteira ou traseira em terrenos acidentados ou mesmo ao passar em lombadas.

Se no ambiente, digamos, rural o T-Cross mostra superioridade, no asfalto o Nivus leva uma pequena vantagem no desempenho. De acordo com dados da Volkswagen, a novidade pode ir de 0 a 100 km/h em 10 segundos e chegar a 189 km/h. Os números do T-Cross são, respectivamente 10,4 s e 184 km/h (ambos com etanol). Além da aerodinâmica melhor e da área frontal menor, a vantagem do Nivus pode ser explicada principalmente por causa do menor peso. São 1.199 kg, ou 106 kg mais leve que o T-Cross (1.305 kg).


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INTERIOR DO T-CROSS. CRÉDITO: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

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Interior: T-Cross é mais festivo; Nivus é mais sóbrio

As diferenças continuam na cabine. O T-Cross tem interior mais “festivo”, com contrastes de cor nos bancos, painel, console e laterais. Na versão fotografada, Comfortline, o tom marrom era o destaque. Trata-se de um opcional que compõe o pacote Design view e custa R$ 2.090.
Já o Nivus, mesmo na versão mais cara, Highline (não há opcionais), tem interior sóbrio. O painel é idêntico ao do Polo, enquanto no T-Cross o quadro de instrumentos é encorpado.


A central multimídia VW Play, desenvolvida para o Nivus, acaba de chegar à linha 2021 do T-Cross. Os dois têm de série o quadro de instrumentos virtual personalizável, seis airbags e ar-condicionado digital com saídas para trás e sensor de obstáculos na frente e atrás.
O T-Cross traz duas portas USB na traseira, enquanto no Nivus há apenas uma. Os dois são agradáveis ao volante, com boas respostas de acelerador, direção (elétrica) e suspensão.

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CRÉDITO: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Cada modelo tem um público-alvo

De acordo com informações da Volkswagen, T-Cross e Nivus foram feitos para públicos diferentes. O primeiro tem linhas mais retas e estilo de SUV clássico, enquanto o segundo é uma espécie de SUV da cintura para baixo e cupê dali para cima. Um é mais aventureiro e o outro “gosta” mais da cidade. A fabricante também separa o público dos modelos por faixa etária. De acordo com a VW, o Nivus foca os mais novos, solteiros, e jovens casais, com idade entre 25 e 35 anos, que valorizam porta-malas mas não sentem tanta necessidade de espaço traseiro amplo. Já o T-Cross, segundo a fabricante, mira compradores que têm entre 35 e 50 anos. Ou seja, em tese, são famílias com filhos grandes, e que, portanto, precisam de mais espaço no banco de trás.


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CRÉDITO: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”