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GM revela “Factory Zero”, fábrica de Detroit que só produzirá elétricos
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GM revela “Factory Zero”, fábrica de Detroit que só produzirá elétricos

Planta reestruturada será 100% sustentável, terá uma nova plataforma para elétricos e produzirá o novo GMC Hummer

Emily Nery, para o Jornal do Carro

19 de out, 2020 · 4 minutos de leitura.

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GM apresenta "Factory Zero", fábrica voltada para produção de elétricos
Crédito:GM/Divulgação

Se até pouco tempo a fábrica de Hamtramck, localizada na cidade de Detroit (EUA), estava fadada ao fechamento, a General Motors virou o jogo e decidiu dar uma “segunda vida” ao local. Na última sexta-feira (16), a empresa anunciou que a Factory Zero, novo nome da planta, irá construir veículos elétricos.

Alguns dos próximos elétricos já anunciados pela montadora serão produzidos na reestruturada fábrica. É o caso da picape GMC Hummer elétrica, que começará a ser produzida em 2021. E do monovolume autônomo Cruise Origin, desenvolvido em parceria com a Honda.

Ambos os veículos serão montados na plataforma Ultium, peça chave para a nova fase da GM. A plataforma será flexível o bastante para construir modelos de carrocerias distintas, como carros, picapes e caminhonetes.

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Para tamanha mudança, a fábrica recebeu um investimento de US$ 2,2 bilhões, ou R$ 12,4 bilhões, na conversão direta. A GM confirma que foi o maior investimento feito pela marca em uma só planta. O alto custo se justifica em novas tecnologias empregadas, bem como melhorias e novos equipamentos especializados na construção de veículos de zero emissão. Ademais, a fabricante contratará cerca de 2.200 novos empregados.

Para estar de acordo com a proposta sustentável, a GM afirma que precisou reconstruir o local a fim diminuir seu impacto ambiental. A “Fábrica Zero” fará reuso da água da chuva em sistemas de extintores de incêndio e em torres de resfriamento. Durante as obras, os restos de concretos foram reutilizados para construir estradas provisórias. A promessa é que ate´2023, as instalações com uma garagem solar de 30 quilowatts e painel solar fotovoltaico de montagem no solo de 516 quilowatts estejam prontas.

Até 2030, a montadora promete fabricar seus veículos com 100% de energia renovável e até 2040 tornar todas as suas instalações globais sustentáveis. De acordo com Dane Parker, diretor de sustentabilidade da GM, “Esta fábrica será o epítome da visão da GM ao fabricar de forma sustentável veículos elétricos e autônomos compartilhados que podem ajudar a reduzir acidentes, emissões e congestionamento”.


Crise na GM

Em novembro de 2019, a GM anunciou seus planos para fechar quatro fábricas localizada nos EUA. A planta de Hamtramck, situada na cidade de Detroit, berço da indústria automobilística norte-americana, estava inclusa no plano. Entretanto, após uma série de greve sindicais, a empresa decidiu por reviver a planta de Detroit.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”