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Teste: Tiggo 8 é o modelo mais tecnológico da Caoa Chery
Avaliação

Teste: Tiggo 8 é o modelo mais tecnológico da Caoa Chery

Por R$ 168.600, Caoa Chery Tiggo 8 traz sete lugares, bom espaço e uma série de tecnologias inéditas na marca e também no segmento

José Antonio Leme

20 de out, 2020 · 10 minutos de leitura.

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Tiggo 8
TIGGO 8 É O MAIOR SUV DA CAOA CHERY; MODELO TRAZ MOTOR 1.6 TURBO
Crédito:ALEX SILVA/ESTADÃO

Dizer que algo de procedência chinesa é ruim, hoje em dia, é preconceito de quem ficou parado no tempo. Seja um smartphone, computador ou automóvel. Se há produtos que ainda fazem jus a uma má fama, há outros tantos que não. É na segunda categoria que está o Caoa Chery Tiggo 8. Produzido em Anápolis (GO), mas de projeto chinês, o maior SUV da gama da Caoa Chery tem porte e preço grandioso, de R$ 168.600. Além do bom espaço, a lista de equipamentos ajuda na nota alta.

De série ele traz seis air bags, luzes de LEDs, chave presencial, acionamento remoto do ar-condicionado de duas zonas, painel de instrumentos virtual e controles de tração e estabilidade. E mais freio elétrico com assistentes de partida em rampa e de descida. Outros itens são os sete lugares, câmera 360º, sensores de obstáculos dianteiros e traseiros, controle de velocidade de cruzeiro, teto panorâmico, carregador de celular por indução e alerta de ponto cego.

tiggo 8

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ALEX SILVA/ESTADÃO

O Tiggo 8 traz algumas inovações bem interessantes. A tampa do porta-malas, com acionamento elétrico, pode ter o ângulo de abertura ajustado entre 50% e 100%, com função de memória, além de ter função antiesmagamento, como nos vidros. Há ainda abertura por aproximação e sem “malabarismos” com o pé sob o para-choque. Basta se aproximar da tampa com chave no bolso, as lanternas vão piscar e ai é só se afastar dois passos e a tampa se abre. Se a pessoa continuar próxima a tampa, o comando é cancelado. A alavanca de câmbio foi substituída por uma no estilo “joystick”, que tem comandos elétricos, algo encontrado em carros de segmento de luxo.



No visual, ele traz a linguagem visual da marca, encontrada nos demais modelos, sedãs e SUVs. A dianteira é imponente e marcante. Na traseira, o visual se destacada pelo conjunto de lanternas, enquanto as laterais são mais comedidas. Ainda que na China ele já tenha um novo visual, as linhas estão atuais e em conformidade com o restante da gama.

tiggo 8

ALEX SILVA/ESTADÃO

Por dentro

Em termos de acabamento, o Tiggo 8 vai muito bem. Com couro no painel e bancos com costura contrastante. Detalhes em preto brilhante no console central, comandos de ar-condicionado em tela que simula ser sensível ao toque e discrição nos cromados completam o pacote.

A ergonomia é um ponto bom do SUV. É fácil encontrar a melhor posição de guiar e o banco do motorista, com ajustes elétricos, permite ajuste bem próximo ao assoalho, para quem prefere uma posição mais baixa. Os comandos estão ao alcance das mãos e são práticos.


A central multimídia é bem fácil de mexer e responde bem. Diversas funções podem ser comandadas por ela, o que reduz o número de botões físicos e deixa o interior bastante limpo. O pênalti está por não ter integração com Android Auto, só com Apple CarPlay. Há um sistema de espelhamento da tela do smartphone com Android que não é muito prático.

tiggo 8
ALEX SILVA/ESTADÃO

Com 4,7 metros de comprimento e 2,71 de entre-eixos, o Tiggo 8 impressiona pelas medidas e atende bem. O espaço é bom para quem vai na frente e na segunda fileira de bancos. A terceira pode até levar adultos, mas sem conforto; o espaço é adequado para crianças. A fileira do meio é corrediça para poder dar mais espaço para as pernas de quem vai na última fila. O túnel central baixo facilita a vida de quem senta no meio.


O acesso à terceira fileira é feito apenas pelo lado direito do veículo. Se por um lado parece algo que prejudica a mobilidade, por outro serve de segurança para o acesso com crianças, já que é o lado da calçada. Com cinco lugares em uso, o Tiggo tem 889 litros de capacidade de porta-malas declarado pela Caoa Chery. Com os sete lugares em uso, são 193 litros e com dois lugares chega a 1.930 l.

tiggo 8
ALEX SILVA/ESTADÃO

Em movimento

Sob o capô, o Tiggo 8 esconde o motor 1.6 turbo com injeção direta a gasolina. Ele entrega bons 187 cv e 28 mkgf. O câmbio é o automatizado de dupla embreagem e sete marchas. A diferença para o câmbio de Tiggo 5x e Tiggo 7 é que esse é banhado em óleo, o que reduz o atrito e mitiga os trancos entre as trocas. Além disso, permite que trabalhe com mais eficiência em temperaturas mais altas e no anda e para dos grandes centros.


Apesar dos 1.573 kg declarados pela Caoa Chery, o SUV tem um bom desempenho. Acelera bem em retomadas e ultrapassagens. Ele traz ainda dois modos de condução: eco e sport. Diferentemente do que acontece com o Arrizo 6, o Tiggo 8 vai bem no modo eco na cidade e a diferença entre os modos é menos gritante, muito disso por não usar câmbio CVT como o sedã. Se quiser dar mais “esportividade” é possível realizar as trocas de marcha pela alavanca de câmbio, mas aletas no volante seriam bem-vindas também.

tiggo 8
ALEX SILVA/ESTADÃO

Dado o tamanho do Tiggo 8, a direção com assistência elétrica entrega uma relação boa, mas não tão direta. Com o 1,7 m de altura, o SUV tem um centro de gravidade alto. A suspensão do tipo independente nos dois eixos, ajuda a diminuir o balançar da carroceria, especialmente nas curvas.


Ainda que a calibragem seja voltada mais ao conforto, ela mantém o carro bastante estável enquanto filtra bem buracos e imperfeições do piso. Isso não impede que ela seja barulhenta nesse tipo de percurso – um melhor isolamento nas caixas de roda poderiam reduzir essa sensação.

tiggo 8
ALEX SILVA/ESTADÃO

FICHA TÉCNICA – CAOA CHERY TIGGO 8

Preço: R$ 168.600
Motor: 1.6, 4. cil., 16V, turbo, gas.
Potência (cv): 187 a 5.500 rpm
Torque (mkgf): 28 a 2.000 rpm
Câmbio: Automatizado, 7 m.
Comprimento: 4,70 metros
Entre-eixos: 2,71 metros


PRÓS E CONTRAS

Prós
Desempenho
– Motor e câmbio trabalham bem juntos e dão desempenho justo ao Tiggo 8 apesar do porte do SUV.

Contra
Conectividade – Central multimídia peca ao não oferecer integração com Android Auto; espelhamento não é prático.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.