Dois dias após a Peugeot apresentar no México sua inédita picape Landtrek, a Renault lançou na noite de quinta-feira (26), a Alaskan na Argentina. A Alaskan é uma picape média que surgiu como protótipo em 2015. No Brasil, o modelo foi apresentado de forma tímida e sem destaque em 2018, durante o Salão do Automóvel de São Paulo. Quando um veículo surge em uma mostra como essa, é normal que haja especulações sobre a possibilidade de ser vendido localmente. Mas a fabricante francesa nunca confirmou a informação. Isso apesar de o segmento de picapes médias no Brasil ser um dos maiores do mundo.
A picape Alaskan tem preço sugerido entre 2,26 milhões e 3,96 milhões de pesos. Isso equivale a cerca de R$ 148 mil e R$ 260 mil, respectivamente. Em uma semana, foram negociadas as 250 unidades disponíveis em um programa de pré-venda. As informações s, segundo informações da Renault.
Renault tem tradição na Argentina
O lançamento primeiramente na Argentina justifica-se pelo fato de que a marca francesa é mais tradicional no país vizinho, onde está presente há 65 anos. Pode ser que a Alaskan seja oferecida também no Brasil. Mas isso é tão incerto como Messi um dia conseguir ocupar o lugar de Maradona no coração dos argentinos.
Aparentemente, marcas que não têm muita tradição nessa categoria estão se cercando de precauções para não errar o tiro. Só para lembrar, a Alaskan é feita sobre a mesma plataforma da Nissan Frontier.
Esta, por sua vez, gerou ainda um terceiro modelo, a luxuosa Mercedes-Benz Classe X, projeto que acabou sendo abortado. Tudo leva a crer que o cliente não estaria disposto a pagar muito para ter uma estrela no capô, sabendo que dali para baixo tudo era compartilhado com outras marcas.
Futebol e picapes: duas paixões de brasileiros e argentinos
Além da paixão por futebol, brasileiros e argentinos têm em comum o apego às picapes médias, especialmente fora dos centros urbanos. Mas o comprador de picapes costuma ser mais racional na compra.
Ao contrário do cliente que busca um veículo de passeio para uso urbano ou viagens esporádicas, quem compra picape normalmente está visando trabalho. Esse público não é influenciado por modismos. Se sua atual picape o atende bem, a tendência é ele se manter fiel à marca no momento da troca.
A Volkswagen sabe bem o que é isso. Demorou para que ela conseguisse entrar no jogo com a Amarok, lançada no Brasil há dez anos. Nesse caso, os tropeços de iniciante não ajudaram. O modelo, também fabricado na Argentina, chegou apenas com câmbio manual.
A marca compensou a derrapada na largada com um moderno sistema automático de oito marchas. Mas até hoje, dez anos após o lançamento, e a despeito de suas qualidades, ela ainda tem de se contentar com o quarto lugar na categoria, atrás das veteranas Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger, nessa ordem.
Alaskan terá apenas cabine dupla
A Alaskan está disponível apenas com cabine dupla. Assim como a Frontier. As duas também dividem o mesmo conjunto mecânico. O motor a diesel é o 2.3 de quatro cilindros, em versões turbo e biturbo. Na Argentina, a opção turbo equipa somente a versão básica, Comfort.
São 160 cv a 3.750 rpm e 41 mkgf a 1.500 rpm. Nesse caso, o câmbio é manual de seis marchas. Além dessa versão, no país vizinho a picape está sendo lançada em outras três opções de acabamento, todas com motor biturbo, que rende 190 cv a 4.000 rpm e 45,9 a 1.500 rpm.
A Emotion e a Intens têm câmbio manual, enquanto a topo de linha, Iconic, pode vir também com a transmissão automática de sete velocidades. Com exceção desta última, disponível apenas com tração 4×4, as demais podem ter tração integral ou apenas na traseira.
Como diferencial em relação à Frontier, na Argentina a Alaskan está sendo lançada com garantia de cinco anos. A Nissan oferece três anos para sua picape.
Enquanto a Renault não garante a Alaskan no Brasil, a Peugeot já divulgou que a Landtrek vem. Mas somente em 2022. Haja cautela com o mercado brasileiro…